O ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, disse que não havia “vontade política” para salvar o banco, e o banco central de Portugal rejeitou três oportunidades de recapitalização.
Quase cinco anos após a falência do banco, Ricardo Salgado disse à rádio TSF que pensa nos clientes que perderam o seu dinheiro.
Ricardo Salgado garante que até junho de 2014 o fracasso é improvável. “Existem outras soluções para salvar os bancos, mas não há vontade política e o Banco de Portugal recusou-se três vezes a recapitalizar os bancos”, disse.
Depois que as pessoas começaram a sacar seu dinheiro e depois de uma “brutal falta de confiança” só havia uma solução: “aumentar a confiança”, mas “havia uma pressão imensa para fechar o banco”.
Questionado sobre as suas responsabilidades, Ricardo Salgado apenas admitiu que tinha “julgado mal”.
“Não nego responsabilidade na Comissão DPR, porque é impossível administrar um banco por 22 anos sem erros, mas a maioria deles é mal julgada”, disse.
“Talvez tenha havido uma escolha errada da equipa de gestão, sobretudo no que diz respeito a Angola”, acrescentou.
Em entrevista à rádio TSF, Ricardo Salgado também negou a responsabilidade pelos clientes que perderam o seu dinheiro.
“Tudo o que posso dizer é o seguinte: não escolhi o fracasso. Quando eu estava no cargo, o cenário era impossível, então não era eu quem estava prejudicando o cliente”, argumentou.
“Penso em clientes feridos todos os dias. E isso me faz sofrer.”
Ricardo Salgado anunciou que estava escrevendo suas memórias e preparando sua defesa.
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