LA PAZ (Reuters) – As divisões internas no governo interino da Bolívia levaram à renúncia do ministro da Economia do país e de outros dois ministros nesta segunda-feira, alimentando a incerteza sobre a recuperação econômica do país andino após a pandemia de coronavírus.
Óscar Ortiz renunciou à pasta econômica, citando “profundas diferenças” e pressão de pessoas próximas à presidente interina Jeanine Añez, uma ex-senadora conservadora que assumiu em um vácuo de poder após eleições tensas no ano passado.
A Bolívia está pronta para repetir em 18 de outubro aquela votação que definirá a direção política do país rico em gás e lítio nos próximos anos. Anez retirou-se recentemente como candidato depois de ficar muito atrás nas pesquisas.
O país sem litoral mergulhou em uma crise política no ano passado, depois que alegações de fraude eleitoral provocaram protestos generalizados e levaram à renúncia do líder de longa data Evo Morales. A pandemia atingiu a economia.
“Sempre colocarei os princípios acima dos interesses pessoais. Nenhuma função, por mais importante que seja, justifica a violação dos princípios e da ética que sempre guiaram minhas ações”, disse Ortiz a repórteres na segunda-feira.
Os ministros do Trabalho e Desenvolvimento da Bolívia também renunciaram, forçando Añez a nomear substitutos. O ministro da mineração teria renunciado antes de reverter sua decisão.
O problema teria sido que alguns ministros se recusaram a aceitar o plano do governo de privatizar a empresa de energia ELFEC, que foi nacionalizada pelo governo do ex-líder socialista Morales.
José María Cabrera também foi recentemente afastado do cargo de procurador-geral por se manifestar contra a privatização.
“Quero acabar com meu governo deixando o caminho pavimentado para que o próximo governo, seja qual for sua orientação política, possa se concentrar na criação de empregos”, disse Añez.
Reportagem de Daniel Ramos; escrito por Adam Jourdan; Editado por Aurora Ellis e David Gregorio
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