“Iniciamos bem as negociações”, disse o secretário-geral do Sindicato dos Empregados Consulares e das Missões Diplomáticas no Exterior (STCDE), que ordenou a greve para os dias 3, 4, 5, 6, 10, 11. , 12, 13, 17, 18, 19, 20 e 24 de abril nos postos consulares, missões diplomáticas e centros culturais do Institut Camões no estrangeiro.
Segundo Rosa Teixeira Ribeiro, após várias reuniões com representantes do Ministério das Relações Exteriores, as duas contrapropostas do sindicato de revisão das tabelas salariais ficaram sem resposta.
Isso apesar do sindicato “concordar com os valores propostos para 70% dos países e listar as divergências”.
“A última contra-moção foi apresentada em 31 de janeiro, há mais de seis semanas. É difícil entender como um processo tão bem monitorado está de repente nesta fase em que não há nem uma resposta”, lamentou.
O sindicalista afirma tratar-se de “um protesto contra a falta de resposta” e porque ainda não foram publicados “textos negociados e mutuamente acordados” – como o novo mecanismo de correção cambial e a regulamentação dos quadros do Instituto Camões no exterior.
“Ficámos chocados porque no dia 13 de fevereiro tivemos uma reunião sobre a falta de proteção social onde se pretendia adiar a discussão destas questões para o final das negociações. A proteção social não é negociável, essas questões precisam ser abordadas em paralelo”, disse ela.
Situação “insuportável”
Para Rosa Teixeira Ribeiro, a situação nos postos consulares é “insuportável” e os atuais anúncios de emprego são “remunerações pouco atrativas”.
Por outro lado, disse que o sindicato se sentiu “muito mal” com o facto de todos os trabalhadores da administração pública em Portugal terem recebido uma actualização salarial que não se aplicava aos que trabalham no estrangeiro.
“Não somos funcionários de segunda categoria. Somos de primeira classe. Não aceitamos os discursos de que as frentes de governo têm muito a ver com educação e saúde. Somos os únicos funcionários da administração pública do exterior que estão completamente esquecidos”, disse.
Rosa Teixeira Ribeiro garante que a greve não vai continuar enquanto não forem divulgados o novo mecanismo de correção cambial, a regulamentação dos trabalhadores do Instituto Camões no estrangeiro e a reação à contraproposta do sindicato.
“Vamos fazer greve. Temos consciência que numa altura como esta (…) a nossa greve vai constranger as comunidades porque é uma altura em que precisam dos postos de trabalho”, afirmou, acrescentando: “Os postos de trabalho vão estar fechados quatro dias por semana pode ser até maior caos, mas esta é a única forma de fazermos ouvir a nossa voz”.
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