Lucro líquido do quarto trimestre de 132 milhões de euros
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Ajudado por uma mais-valia extraordinária de 142 milhões de euros
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As ações caíram 0,6%
(Detalhes adicionados, preço da ação)
Por Sérgio Gonçalves
LISBOA, 16 Mar (Reuters) – A Sonae, proprietária da maior varejista de alimentos de Portugal, divulgou nesta quinta-feira um aumento de 21% no lucro líquido do quarto trimestre, já que seu ganho de capital único mais do que compensou o impacto da alta inflação e dos custos de energia em sua negócio de supermercado.
O conglomerado, que tem negócios em setores que vão do varejo às telecomunicações, obteve lucro líquido de 132 milhões de euros (US$ 139,74 milhões) nos três meses até 31 de dezembro, após registrar 142 milhões de euros em ganhos de capital únicos, principalmente com vendas de ativos.
Excluindo estes ganhos, a empresa registou um prejuízo trimestral de 10 milhões de euros, resultante de descontos, aumento de custos operacionais e desvalorização de ativos.
A redução das margens face à alta da inflação e dos custos de energia viu o lucro líquido da Sonae MC, que gere cerca de 300 hipermercados e supermercados, cair 16% para 56 milhões de euros, embora as vendas tenham aumentado 14% para 1,68 mil milhões de euros.
Os preços dos alimentos subiram 19,5% no trimestre, disse a Sonae.
“Para evitar sobrecarregar os orçamentos familiares maiores, nossos negócios de varejo suportam parte da pressão da inflação às custas de sua própria lucratividade”, disse a presidente-executiva, Claudia Azevedo, em comunicado.
Os resultados consolidados subjacentes antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) aumentaram 4,9% para 195 milhões de euros no trimestre. No entanto, a margem EBITDA subjacente – uma medida fundamental de lucratividade – caiu para 8,7%, de 9,3% no ano anterior.
O ministro das Finanças, Fernando Medina, disse na terça-feira que a autoridade de segurança alimentar e economia da ASAE está a investigar as margens de lucro de grandes retalhistas alimentares, como a Sonae e a Jeronimo Martins, porque as autoridades suspeitam que estejam a aproveitar o aumento da inflação para aumentar as margens.
As ações da Sonae caíram 0,6% para 1,027 euros no início do pregão.
A Sonae considera que a incerteza se mantém elevada porque “a inflação elevada e as subidas acentuadas das taxas de juro continuarão a exercer constrangimentos à economia, em particular ao rendimento disponível das famílias, com impacto negativo no consumo privado”.
(US$ 1 = 0,9446 euros) (Reportagem de Sergio Gonçalves; edição de David Goodman e Jason Neely)
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