- Um cartão branco foi mostrado em Portugal para reconhecer ações positivas durante as partidas
- Com os processos judiciais em andamento, várias mudanças nas regras poderão ser feitas em breve no jogo
- Legisladores querem melhorar VAR e apoiar oficiais de base
Um cartão branco foi exibido pela primeira vez em uma partida de futebol profissional em Portugal no sábado, e a federação de futebol do país lançou uma série de novas iniciativas.
Os torcedores se acostumaram com os cartões amarelo e vermelho sendo mostrados para punir o jogo sujo, mas um cartão branco foi introduzido em todo o país para reconhecer imediatamente a ação positiva durante os jogos.
O primeiro cartão branco foi mostrado às equipas médicas do Sporting e do Benfica, depois de técnicos terem socorrido uma doente no banco durante um jogo da Taça Feminina.
A visão inusitada surpreendeu os torcedores, até porque Portugal é a única nação a usar o sistema até agora e a iniciativa não é liderada pelo International Football Association Board.
No entanto, os legisladores continuam a implementar uma variedade de mudanças nas regras e processos judiciais que os fãs precisam ficar de olho nos próximos meses e anos.
Explicando as decisões do VAR aos torcedores
Desde a introdução do VAR no jogo, torcedores têm reclamado da falta de clareza na hora de tomar decisões.
Os torcedores que assistiram à partida, em particular, ficaram no escuro sobre várias decisões cruciais tomadas pelos árbitros, com gols sendo marcados ou anulados com o mínimo de explicação.
Mesmo quem assistiu pela TV ficou confuso com os veredictos feitos, apesar de ter acesso aos replays, com nuances nas regras não ficando imediatamente claras.
A comparação costuma ser feita com o rúgbi, já que o esporte introduziu os árbitros da TV já em 2001.
O lendário árbitro de rugby Nigel Owens afirmou no ano passado que o sistema TMO era superior ao VAR porque as decisões eram explicadas aos fãs talkSPORT “Você pode não concordar, mas sabe por que a decisão foi tomada.”
O futebol levou muito tempo para recuperar o atraso, mas o jogo parece estar perdendo uma fatia do rúgbi.
O IFAB, formado por representantes da FIFA e das Associações de Futebol da Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales, aprovou um período experimental de 12 meses.
O processo terá comunicação ao vivo das decisões relacionadas ao VAR nos estádios e por meio de emissoras, começando com a Copa do Mundo de Clubes da FIFA no mês que vem no Marrocos.
Competições internacionais nos próximos 12 meses serão incluídas no teste, potencialmente levando a uma adoção mais ampla no nível de elite do jogo.
Embora este seja o primeiro julgamento oficial a ser conduzido pelo IFAB, o oficial da Premier League Jarred Gillett usou um microfone durante sua última partida como árbitro na A-League da Austrália antes de se mudar para a Inglaterra em 2019, com imagens amplamente elogiadas pelos fãs. .
Se o processo for bem-sucedido, os fãs podem esperar algo semelhante no futuro.
Aceitação de impedimentos semiautomáticos
As chamadas de impedimento menores têm sido uma das maiores frustrações para os torcedores desde a introdução do VAR.
Os torcedores costumam reclamar que não podem comemorar gols como costumavam fazer, já que tiveram que se ajustar à possibilidade de uma pequena infração ser detectada antes do gol, possivelmente minutos depois que a bola atingiu o fundo da rede.
Os oficiais também foram criticados pelo longo tempo que levou para julgar as decisões de impedimento.
A controvérsia mais proeminente nas últimas semanas centrou-se no gol anulado do Wolves contra o Liverpool na FA Cup, que provavelmente teria resultado no empate da terceira rodada.
As autoridades culparam um cinegrafista excessivamente zeloso depois que o VAR Mike Dean não conseguiu verificar o gol de Toti no final do empate em 2 x 2 em Anfield no início deste mês porque Matheus Nunes não foi capturado por nenhuma das câmeras ITV usadas.
Um incidente semelhante aconteceu na Itália em setembro, quando a Juventus viu uma vitória tardia contra Salernitana descartada de forma polêmica.
A introdução do fora-de-jogo semiautomático visa pôr fim a essa controvérsia, já que a próxima ferramenta para auxiliar os árbitros é introduzida.
A tecnologia foi utilizada durante a Copa do Mundo no Catar e durante a fase de grupos da Liga dos Campeões nesta temporada, com os torcedores vendo uma animação em 3D para confirmar as decisões tomadas.
No ano passado, a Fifa comemorou o lançamento como uma “evolução” do processo de VAR, com o sistema alegando levar apenas alguns segundos, o que ajudou a agilizar a tomada de decisões.
O sistema usa 12 câmeras ao redor do estádio para rastrear os jogadores e a bola durante o jogo, com inteligência artificial monitorando 12 pontos no corpo dos jogadores usando um sistema de rastreamento de jogador esquelético.
Os torcedores podem esperar que os impedimentos semiautomáticos tenham um uso mais amplo, com sexta-feira marcando sua introdução na Serie A, enquanto a Premier League deve seguir na próxima temporada.
A pressão aumentou sobre a Espanha para adotar a tecnologia também depois que um árbitro do VAR não conseguiu identificar uma posição de impedimento em um jogo crucial na batalha de rebaixamento entre Cadiz e Elche na semana passada.
O painel de arbitragem do país afirmou que os impedimentos semiautomáticos ajudariam a eliminar o erro humano.
Implementação mais ampla do “tempo da FIFA” no final dos jogos
Mudanças recentes no jogo, incluindo verificações do VAR e aumento do número de substituições disponíveis, contribuíram para mais atrasos nos jogos, além de lesões típicas das equipes e táticas de perda de tempo.
No início deste mês, foi revelado que o tempo de bola em jogo na Premier League estava em seu nível mais baixo em 12 anos, algo que os legisladores desejam resolver.
“O problema das partidas com menos de 50 minutos de jogo real está em nossas mentes há algum tempo”, disse o presidente do Comitê de Árbitros da Fifa, Pierluigi Collina, durante a Copa do Mundo no Catar.
“As pessoas querem ver futebol, mais futebol. E nós, a FIFA e o IFAB, somos instados a fazer algo a respeito há anos”.
A resposta, concluiu-se, era instruir os árbitros a calcular com mais precisão o número de paralisações nos jogos do torneio.
Embora as enormes extensões de prorrogação tenham sido inicialmente confusas, os torcedores rapidamente se ajustaram a jogos com mais de 100 minutos na Copa do Mundo.
A Premier League recusou-se a abraçar o que foi apelidado de “hora da FIFA”, embora o IFAB tenha dito que a abordagem foi “recebida positivamente”.
A abordagem parece ser a opção preferida no futuro, depois que o IFAB rejeitou uma proposta apelidada de ‘Pure Time’ pelo ex-vice-presidente da FA e do Arsenal, David Dein, que teria introduzido um relógio de contagem regressiva.
Entre as possíveis medidas que visam criar “condições mais justas” para as equipas, o IFAB cita um “cálculo mais rigoroso e preciso do tempo de compensação”.
Câmeras corporais para árbitros em nível de base
Em uma questão semelhante ao cartão branco de Portugal, o IFAB está procurando maneiras de melhorar o comportamento em torno do jogo.
O IFAB identificou uma “falta de respeito pelos árbitros e sua segurança como um problema global” durante sua reunião anual no ano passado.
Uma das medidas em apreço é permitir que os árbitros usem câmaras corporais, tendo o IFAB dado o aval geral a um estudo a realizar nos próximos tempos.
Espera-se que o julgamento ocorra no nível de base adulto, com registros sendo usados para provar má conduta durante as partidas.
O IFAB espera que a medida possa melhorar a disciplina em geral e reduzir a agressão contra oficiais no gelo, jogadores e oficiais de equipe no nível de base do jogo.
Os detalhes ainda estão sendo trabalhados, com um painel de árbitros, jogadores e treinadores sendo consultados.
Os obstáculos incluem como obter a permissão dos participantes para filmar e quem terá acesso às imagens capturadas antes que o processo receba luz verde para prosseguir.
No entanto, os torcedores não devem esperar ver oficiais com câmeras corporais em todas as principais divisões da Europa, caso sejam bem-sucedidos, já que o IFAB deseja manter a medida em vigor nos níveis de base e amador.
Proibições de cabeçalho intencionais nas categorias de base
Enquanto o IFAB inicialmente rejeitou a introdução de dispositivos de concussão de substituição temporária, um processo judicial está pendente na Inglaterra e nos Estados Unidos que determinou a proibição de cabeçadas para crianças menores de 12 anos.
Bater cabeça deliberadamente foi proibido devido a problemas de saúde de longo prazo, especialmente em crianças quando seus corpos e cérebros estão se desenvolvendo.
Como parte do processo, chutes livres indiretos são concedidos contra jogadores se os árbitros julgarem que foi uma jogada de cabeça intencional.
A introdução teve que ser feita com cuidado dada a idade dos jogadores envolvidos, com os legisladores tomando cuidado para não penalizar os jogadores jovens com muita severidade, ao mesmo tempo em que teve um efeito dissuasor para incentivá-los a não cabecear a bola.
Foi decidido não marcar pênaltis se um zagueiro cabecear a bola dentro da área, em vez disso, um tiro livre indireto será marcado na marca do pênalti.
Cartões amarelos ainda podem ser dados aos jogadores por interromper um ataque promissor com uma cabeçada ou por cabecear repetidamente a bola durante o jogo.
Assim como um jogador receberia um cartão vermelho por negar um gol a um time por meio de um handebol intencional – o mais memorável Luis Suarez na Copa do Mundo de 2010 contra Gana – a mesma penalidade seria aplicada se ele cabeceasse a bola acima da linha.
O IFAB disse que as conclusões do estudo serão consideradas antes de proibir totalmente o salto juvenil, incluindo decidir se tal proibição seria obrigatória ou opcional.
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