TÓQUIO, 8 de agosto (Reuters) – Nas Olimpíadas de Tóquio, repletas de ação, realizadas à sombra de uma pandemia, a empolgação não se limitou aos estádios e campos de atletismo.
A seguir, algumas das maiores surpresas nos Jogos de Tóquio:
ABUNDÂNCIA NA BIELORÚSSIA
Indiscutivelmente, um dos momentos mais dramáticos dos Jogos ocorreu quando a velocista olímpica Krystsina Tsimanouskaya se recusou a embarcar em um voo para casa depois de ser removida dos Jogos e levada ao aeroporto contra sua vontade. continue lendo
O atleta de 24 anos obteve um visto humanitário da Polónia depois de criticar publicamente a equipa técnica nacional por negligência.
Na Polônia, Tsimanouskaya disse que sua família temia que ela fosse internada em uma ala psiquiátrica se voltasse para Belarus.
bile para fora
A ginasta americana Simone Biles foi eliminada da prova por equipes femininas após um único salto nas Olimpíadas de Tóquio, mas voltou após lutar contra uma queda de “The Twisties” para ganhar o bronze na trave de equilíbrio. continue lendo
A americana de 24 anos chegou ao Japão com a perspectiva de um recorde de seis medalhas de ouro, mas chocou o mundo do esporte quando se aposentou após apenas um salto no evento de abertura.
Biles voltou à competição e destacou a importância de priorizar a saúde mental.
“Fiz isso por mim mesma e fiquei orgulhosa de poder competir novamente”, disse ela.
PODEMOS TER DOIS OUROS?
Mutaz Essa Barshim, do Catar, 30, e Gianmarco Tamberi, 29, da Itália, estavam lado a lado no salto em altura masculino quando foi oferecido um desempate para determinar o vencedor. continue lendo
Em vez disso, Barshim perguntou: “Podemos ter duas moedas de ouro?”
No que se tornou uma das imagens mais memoráveis dos Jogos de Tóquio, o oficial assentiu e os dois atletas deram as mãos e gritaram de alegria.
REVOLTA DA JUVENTUDE
As Olimpíadas de Tóquio marcaram o início de novos esportes centrados na juventude, com o surfe e o skate em particular conquistando novos públicos.
Adolescentes e pré-adolescentes têm estado no centro do skate, onde Momiji Nishiya se tornou a mais jovem medalhista de ouro japonesa aos 13 anos, depois de vencer o evento feminino de skate de rua.
PASSEIO DA MEDALHA DO JAPÃO
O país anfitrião quebrou seu próprio recorde de medalhas em Tóquio. O Japão conquistou um total de 58, o quinto maior número, com 27 medalhas de ouro – atrás apenas dos Estados Unidos e da China – em esportes que vão do skate à luta livre.
CAIR E LEVANTAR
A holandesa Sifan Hassan não conseguiu realizar seu sonho de vencer a tríplice coroa olímpica, mesmo depois de sua surpreendente recuperação nos 1.500m, onde caiu e caiu.
Em atuação marcante, Hassan se recuperou e disparou pelo campo para vencer a bateria e avançar para as semifinais.
No final, Hassan teve que se contentar com o bronze nos 1.500m, mas se recuperou para somar o ouro dos 10.000m aos 5.000m que já havia conquistado.
VITÓRIA DO PROFESSOR
A pouco conhecida ciclista amadora austríaca Anna Kiesenhofer, uma professora em tempo integral, conseguiu uma ousada fuga solo na corrida de rua e de alguma forma se manteve livre para cruzar a linha de chegada, parecendo absolutamente incrédula.
“Estou feliz por não estar com muito medo e apenas ter começado”, disse Kiesenhofer depois de ganhar o primeiro ouro no ciclismo da Áustria desde os primeiros Jogos Olímpicos em 1896.
TUNÍSIA STUNS
Talvez nenhuma medalha dos Jogos seja comemorada com mais entusiasmo do que a de Ahmed Hafnaoui, de 18 anos, da Tunísia, que surpreendeu as superpotências da natação ao vencer a raia oito nos 400m livre masculino.
“É um sonho e se tornou realidade – foi a minha melhor corrida de todos os tempos”, disse Hafnaoui em um eufemismo de nível olímpico depois de derrotar o cobiçado australiano Jack McLoughlin e o americano Kieran Smith, embora tenha sido o mais lento para se classificar para a final.
Hafnaoui recebeu validação final quando a máquina de medalhas americana Michael Phelps, o maior nadador da história, chamou seu desempenho de “natação incrível”.
SAÍDA DE OSAKA
Dias após o acendimento da pira olímpica, a superestrela japonesa Naomi Osaka foi eliminada da competição de tênis na terceira rodada.
A número dois do mundo foi derrotada pela tcheca Marketa Vondrousova em seu primeiro torneio desde que deixou o Aberto da França em maio, quando ela disse que sofria de depressão há quase três anos.
“Eu definitivamente sinto que houve muita pressão desta vez”, disse Osaka. “Acho que talvez seja porque nunca joguei nas Olimpíadas e ser o primeiro aqui foi um pouco demais.”
SONHO ITALIANO
Os italianos se alegraram depois que sua equipe de atletismo conquistou o quinto ouro em Tóquio, ultrapassando o recorde anterior de 36 medalhas nos Jogos de Roma em 1960.
Lamont Marcell Jacobs entregou o que é provavelmente a maior vitória chocante da história dos 100 metros quando conquistou o ouro.
“A Itália continua sonhando… somos os mais rápidos do mundo”, foi a manchete do jornal Corriere della Sera depois que a Itália surpreendentemente conquistou o ouro no revezamento 4x100m masculino, batendo a Grã-Bretanha por um centésimo de segundo.
MULHERES NOS JOGOS
Alguns dos momentos mais deslumbrantes e dramáticos dos jogos vieram das mulheres.
A americana Raven Saunders protestou do pódio e a kiwi Laurel Hubbard se tornou a primeira atleta olímpica abertamente transgênero a competir em uma categoria de gênero diferente daquela designada no nascimento.
“O duelo na piscina” entre a americana Katie Ledecky, nadadora dominante nos Jogos Rio 2016, e a australiana Ariarne Titmus foi uma das lutas mais emocionantes.
Titmus, apelidado de “O Exterminador do Futuro”, conquistou o título de Ledecky nos 200m e 400m livres, enquanto Ledecky se mostrou imbatível nas distâncias maiores, conquistando o ouro nos 800m e 1.500m.
Outra australiana, Emma McKeon, fez história ao se tornar a primeira nadadora a conquistar sete medalhas em uma única competição, sendo quatro delas de ouro.
Reportagem de Mari Saito; Editado por Lincoln Feast e Christian Radnedge
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