Alto funcionário da OLP, Ashrawi, renunciará, pedindo reforma política palestina

RAMALLAH, Cisjordânia, 9 de Dezembro (Reuters) – A negociadora palestina veterana e defensora dos direitos das mulheres Hanan Ashrawi disse nesta quarta-feira que deixará seu cargo sênior na Organização para a Libertação da Palestina até o final de 2020, pedindo reformas políticas.

Ashrawi, 74, não deu um motivo para sua renúncia em um comunicado anunciando a mudança. Mas ele disse que o Comitê Executivo da OLP, ao qual serviu, foi marginalizado “e [excluded] de tomada de decisão”.

O comitê de 15 membros, o órgão mais sênior da OLP, é presidido pelo presidente palestino Mahmoud Abbas e raramente é convocado pelo líder de 85 anos.

“O sistema político palestino requer renovação e revigoramento com um influxo adicional de jovens, mulheres e profissionais qualificados”, disse Ashrawi em seu comunicado.

“Acredito que é o momento certo para realizar as reformas necessárias e ativar a OLP de forma a restaurar sua posição e papel.”

Ashrawi disse que apresentou sua renúncia a Abbas, que também chefia a Autoridade Palestina (AP), que administra um autogoverno limitado na Cisjordânia ocupada sob um acordo de paz provisório com Israel.

Ashrawi disse que Abbas estava adiando a decisão de aceitar ou não sua renúncia ao Conselho Central da OLP.

Os críticos acusam Abbas de permitir que as instituições políticas palestinas estagnem. Não houve eleições presidenciais ou parlamentares para a AP em mais de uma década.

Seus dias de negociação remontam às primeiras negociações públicas mediadas dos EUA com Israel em 1991 na Conferência de Madri, onde, como porta-voz da OLP, ele articulou a busca palestina por um Estado para o mundo.

Após a assinatura dos Acordos de Oslo com Israel em 1993, Ashrawi serviu no gabinete da recém-criada Autoridade Palestina.

Defensora dos direitos das mulheres, Ashrawi foi a primeira mulher a ser eleita para o Comitê Executivo em 2009. Ela foi reeleita para o grupo em 2018 e chefia o Departamento de Diplomacia e Políticas Públicas.

Reportagem de Rami Ayyub, Ali Sawafta e Nidal al-Mughrabi Edição de Jeffrey Heller e Mark Heinrich

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Chico Braga

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