MOSCOU, 14 Abr (Reuters) – A polícia russa invadiu nesta quarta-feira a redação de uma revista estudantil e prendeu quatro de seus jornalistas por supostamente encorajar menores a participar de protestos anti-Kremlin, informou a agência.
O órgão independente DOXA, fundado em 2017 por estudantes e graduados universitários em Moscou, disse que a polícia levou detidos para interrogatório e confiscou equipamentos, incluindo telefones, e um tribunal decidirá posteriormente sobre as restrições pré-julgamento.
As prisões ocorrem em meio a uma repressão aos aliados do crítico do Kremlin Alexei Navalny, cuja prisão e detenção no início deste ano provocou vários protestos em todo o país que a polícia descreveu como ilegais e violentos.
A DOXA, fundada como uma organização estudantil na Escola Superior de Economia de Moscou, abrange a vida estudantil, ensino superior, política e ciência.
As autoridades revogaram seu status formal como organização estudantil em 2019, depois de expressar apoio aos estudantes que participaram de protestos da oposição em 2019 e foram multados.
Em um comunicado na quarta-feira, a DOXA disse que seus jornalistas foram presos por causa de um videoclipe no qual o veículo dizia que era ilegal para as universidades expulsar estudantes por participarem de protestos pró-Navalny no início deste ano.
A DOXA disse que removeu o vídeo a pedido dos reguladores da mídia estatal, embora discordassem do pedido.
Não houve comentários imediatos da polícia local.
“A pressão que a comunidade jornalística está sofrendo é sem precedentes, mas não estamos encerrando nossas atividades. Continuaremos a informar sobre o que importa para os jovens e continuaremos a defender seus direitos”, afirmou a DOXA.
Um advogado do OVD-Info, um grupo de monitoramento e direitos de protestos, disse que as acusações estão relacionadas ao mesmo processo criminal aberto contra Leonid Volkov, um aliado próximo de Navalny que mora fora da Rússia.
Reportagem de Tom Balmforth e Anton Zverev; Edição por Jonathan Oatis
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