Costa admite: “Muitos podem não entender, mas eu ajo de acordo com a minha consciência”
Numa sessão extraordinária esta noite em directo na televisão, o país soube que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, apresentou a sua demissão a bem da estabilidade – mas o primeiro-ministro António Costa não aceitou.
O presidente Marcelo – que já declarou a posição de Galamba insustentável após os absurdos da última sexta-feira – expressou isso em um comunicado em seu site oficial Ele discorda da decisão do primeiro-ministro.
Especialistas, já no noticiário do horário nobre sobre este último episódio em um governo de maioria absoluta que tem sido crivado de “casos e escândalos” desde que assumiu o cargo, interpretaram a declaração do presidente como “Guerra Aberta agora instalada com António Costa“.
Os partidos da oposição sem dúvida ficarão surpresos com esta última bola curva. Eles certamente demoraram para reagir.
O líder do PSD, Luís Montenegro, tinha acabado de tuitar que a demissão de Galamba era um sinal da “falta de liderança” de Costa quando o primeiro-ministro desceu as escadas de São Bento para fazer o seu discurso e mostrar que estava a tomar a decisão final de liderança.
Costa não parecia confortável com seu depoimento – mas ele permaneceu sentado depois e respondeu às perguntas dos jornalistas.
Haverá muito mais “reações ponderadas” amanhã. Se o primeiro-ministro quer garantir a “estabilidade” desta forma, então certamente parece rebuscado: o que ele basicamente disse foi Galamba não fez nada de mal, mas o seu “deputado demitido” Frederico Pinheiro.
Primeiras reações: O primeiro comentário sobre a posição inesperada do primeiro-ministro foi Rui Rocha, Presidente da Iniciativa Liberal (a 4ª força política do país) que acredita “O que o Primeiro-Ministro fez esta noite foi uma humilhação pública do Presidente da República“.
Rocha tweeta: “A única forma de restabelecer a normalidade democrática é o Presidente da República exercer os seus poderes constitucionais. A Iniciativa Liberal assume toda a responsabilidade pela construção de uma verdadeira alternativa que restaure a confiança dos portugueses e a credibilidade das instituições.”
FRIGIDEIRA, Um dos menores partidos do Parlamento (com apenas um deputado) disse que está pronto se o Presidente decidir dissolver o Parlamento. “Nós somos Testemunhe um governo que toma a si mesmo e sua maioria absoluta como refénsdisse a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real.
Líder do partido CHEGA, André VenturaEle twittou: “O PM é louco?? Ele perdeu completamente a cabeça? Ele quer arrastar o país para dentro? uma guerra institucional e um circo exaustivo de falta de credibilidade?”
A Lusa assume uma linha mais diplomática, afirmando: Ventura sugere que o primeiro-ministro demonstrou um “desequilíbrio emocional”. – Defesa da dissolução do Parlamento.
Presidente do Parlamento do PCP, Paula Santos disse que o ir e vir de ministros não é, em última análise, o problema. O Essencial é “a solução para os problemas dos portugueses”.
O partido não invocou o argumento a favor ou contra a dissolução do parlamento.
Bloco de Esquerda descreveu esta noite como “uma humilhação absoluta” uma situação que já é completamente fora do comum. O Primeiro-ministro ‘perde tempo’ que ‘o país não tem’diz a coordenadora Catarina Martins ao invés de reorganizar seu governo.
Mariana Mortáguaque vai assumir a coordenação do Bloco de Esquerda, disse esta noite no seu comentário habitual à SIC que este foi um momento em que António Costa poderia ter mostrado que estava pronto para isso Tome as decisões que o país precisa. “Ele não fez isso.” Como resultado, o A terra está “no pântano”Ela disse – pântano é a palavra usada em Portugal para “quando”. Assuntos políticos estão fora de controle.
Existe um padrão de mentira neste governo, disse Mortágua. É algo antigo, vários ministros estão envolvidos, “e Você sempre é pego“…
Esta história se estenderá pelos noticiários noturnos até altas horas da madrugada.
Conclusão: os especialistas estão refletindo ativamente sobre se o primeiro-ministro orquestrou tudo isso por suas próprias razões. Ele gostaria de se livrar do governo para possivelmente buscar um novo desafio na Europa, por exemplo?
Ninguém pode dizer.
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