“Temos a obrigação de entender melhor, porque outros países europeus não têm tradição de emigração. Como não entender o que os outros sentem aqui?”, questionou Marcelo Rebelo de Sousa numa turma com alunos do ensino secundário, em Olhão, dias depois do ataque a um imigrante nepalês, por um grupo de jovens na cidade.
Este caso está sendo investigado por PSPque identificaram alguns dos responsáveis.
Questionado pelos jornalistas sobre o que o levou a promover esta iniciativa pouco tempo depois do episódio violento, o Presidente da República respondeu: “Exatamente na hora, e por isso fui tão rápido, este assunto tinha de ser tratado. Porque se daqui a três meses, quatro meses, cinco meses, seis meses, a realidade se torna trivial. E com desdém, o que não é considerado normal passa a ser considerado normal.”
Rejeitando a ideia de que Portugal é um país xenófobo, Marcelo Rebelo de Sousa alerta, no entanto, para a necessidade de a sociedade se manter vigilante, para que o medo e uma atitude defensiva face à imigração não conduzam a comportamentos xenófobos.
“[…]O envelhecimento da sociedade europeia criou o que chamo de medo, uma atitude reativa, uma atitude defensiva e, portanto, uma rejeição da diferença, e daí a xenofobia são passos de bebê e é preciso tomar cuidado com esses passos de bebê porque significa menos democracia e mais respeito pelo que é a nossa experiência como país, emigrantes”, sublinhou.
Depois da aula em Escola Secundaria Dr. Francisco Fernandes Lopesem Olhão, Marcelo Rebelo de Sousa deslocou-se a um restaurante onde trabalhavam os jovens nepaleses atacados a 25 de Janeiro.
Fontes da PSP disseram à Lusa que está em curso uma investigação para apurar quem foi o autor do assalto e furto, quem publicou o vídeo nas redes sociais, e as circunstâncias em que ocorreu.
“Explorador. Organizador. Entusiasta de mídia social sem remorso. Fanático por TV amigável. Amante de café.”