Ministro da Saúde lamenta que ‘uma coisa boa’ tenha se transformado em ‘más notícias’
A Plano de 6 milhões de euros para modernização do serviço de ginecologia e obstetrícia do Hospital de Santa Maria em Lisboa se envolveu em uma guerra feia entre médicos – com cartas voadoras, dispensas/demissões e temperamentos acalorados.
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, lamentou: “uma coisa boa“foi convertido para”notícias negativas” – mas mesmo isso é muito fácil.
O que parece ter acontecido é que um Equipe de 34 médicos assinaram seus nomes em um Carta de 15 de junhoexpressando suas preocupações sobre a viabilidade geral do plano.
O principal signatário foi o chefe da obstetrícia, Diogo Ayres de Campos, que foi prontamente “afastado” do cargo sob a alegação de que poria em causa o projecto (o “bem” a que se referia o ministro da Saúde…)
Diogo Ayres de Campos não só foi chefe da obstetrícia do Santa Maria de Lisboa – um “hospital de referência” – como também é presidente da Sociedade Europeia de Medicina Perinatal e “um dos nomes mais conceituados da obstetrícia”. , diz o SIC. Que a Autoridade de Saúde de Lisboa Norte (CLHN) o tenha “afastado” por levantar preocupações profissionais cheira a ingerência política.
O “novo diretor de obstetrícia, Alexandre Valentim Lourenço – atual candidato a presidente da Ordem dos Médicos – é citado como tendo dito que vê o plano como aquele que vai tornar o hospital “mais robusto”. Em outras palavras: ele não compartilha das reservas dos 34 médicos.
Hoje, porém, esses médicos (excluindo Diogo Ayres de Campos e um segundo oficial de plantão que também foi “afastado” por apoiar as preocupações) disseram que querem os dois de volta; Eles têm “total confiança” em seus ex-superiores, cujo trabalho consideram “único”.
Se for esse o caso, a remoção dessas medidas pressagia más notícias.
Qual é a raiz dessa controvérsia?
Este é um plano delineado pelos relativamente recém-chegados Alta direção do Serviço de Saúde do SNS – segundo nível de gestão do sistema estadual, dependente do Ministério da Saúde. O foco é o fechamento do bloco de parto em Santa Maria durante os meses de agosto e setembro – período em que os atendimentos serão concentrados no Hospital São Francisco Xavier (HSFX) da cidade, que funcionará sete dias por semana a partir de agosto 1.
As preocupações dos médicos, expressas em sua carta, centram-se nas condições de internação pós-natal e na falta de profissionais disponíveis para atender os recém-nascidos.
Como a carta explica existem “apenas 11 salas de parto (2 a menos do que o necessário) e 38 leitos de puerpério (16 a menos do que o necessário). Isso provavelmente levará à superlotação nas instalações, Reduzindo a reação articular em obstetrícia em cerca de 25%”.
Diz a SIC Notícias, a carta mostra também que Médicos se sentem pressionados a cooperar com o plano (Isto foi reforçado pela decisão de remover Ayres de Campos como o principal crítico.)
Em suas próprias palavras, os médicos disseram: “Gostaríamos de fazer o mesmo”. Expressar nosso descontentamento pelo fato de a equipe ter se sentido pressionada a garantir a colaboração com o HSFXantes mesmo de sabermos as instalações disponíveis, antes de termos acordado a situação clínica e os trabalhadores de saúde a transferir, antes de termos acordado as obras previstas para o HSM (Hospital de Santa Maria).”
Os médicos enfatizaram que estão dispostos a trabalhar juntos, mas precisam de muito mais informações e consideração.
Depois veio a “demissão” do respeitado diretor de obstetrícia de Santa Maria e a denúncia do ministro da saúde de que algo bom havia dado errado.
Agora temos que esperar e ver o que vem a seguir. Certamente, Ayres de Campos disse que essa forma de tratar os profissionais de saúde pode levar mais deles a decidir “jogar a esponja” e passar para o setor privado em um momento em que a obstetrícia está em um ponto crítico nacional.
[email protected]
Entusiasta da web. Comunicador. Ninja de cerveja irritantemente humilde. Típico evangelista de mídia social. Aficionado de álcool