BRASÍLIA, 28 Jan (Reuters) – Pesquisadores do sul do Brasil disseram ter descoberto pacientes infectados com duas cepas diferentes do novo coronavírus ao mesmo tempo, refletindo preocupações com o número crescente de variantes no país.
Os pesquisadores, que publicaram suas descobertas no site médico medRxiv na quarta-feira, disseram que seu estudo foi o primeiro no mundo a confirmar a co-infecção com duas cepas do coronavírus. O estudo ainda não foi publicado em uma revista científica e ainda não foi revisado por pares.
Os pacientes, ambos na faixa dos 30 anos, estavam infectados com a variante P.2 do coronavírus identificada no Rio, também conhecida como linhagem B.1.1.28, identificada no Rio no final de novembro e simultaneamente testada positiva para uma segunda variante do vírus vírus.
Seus sintomas foram leves, em um caso uma tosse seca, no segundo caso uma tosse, dor de garganta e dor de cabeça. Eles não precisaram ser hospitalizados.
Os casos ressaltam quantas variantes já podem estar circulando no Brasil e levantam preocupações entre os cientistas de que a coexistência de duas cepas no mesmo corpo pode acelerar mutações de novas variantes do coronavírus.
“Essas coinfecções podem produzir combinações e novas variantes ainda mais rápido do que antes”, disse o principal investigador do estudo, Fernando Spilki, virologista da Universidade Feevale, no Rio Grande do Sul.
“Seria outro caminho evolutivo para o vírus”, acrescentou Spilki.
Novas variantes carregam o risco de maior transmissibilidade e possível resistência às vacinas atualmente desenvolvidas.
Mutações encontradas em variantes de coronavírus no Reino Unido e em uma variante mais recente no estado brasileiro do Amazonas parecem ter tornado o vírus mais contagioso.
Os casos indicam a carga viral significativa no Brasil, pois a co-infecção só pode ocorrer quando diferentes vírus são transmitidos em grandes quantidades, disse Spilki.
Reportagem de Lisandra Paraguassu; escrito por Anthony Boadle; Adaptação de Brad Haynes e Aurora Ellis
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