Os produtores nacionais já estão admitindo o racionamento de alimentos, com aumentos de preços de 20% a 30% nos próximos dias. “Estamos numa situação de emergência alimentar que não vivi”, disse Eduardo Oliveira e Sousa, presidente do CAP, ao Expresso.
“Além de um aumento de preços, haverá escassez de produtos, levando à especulação, que por sua vez levará a um novo aumento. É impossível saber até onde vai a subida”, diz o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), acrescentando que há agricultores que vão desistir de cultivar várias culturas sazonais como milho, legumes e algumas frutas para evitar perdas. “Alguns produtos, como farinha de macarrão, estão tão baixos em estoque que em um mês ou dois talvez tenhamos que racionar como fizemos na década de 1970”, disse ele.
O vice-presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição, Gonçalo Lobo Xavier, disse ao Expresso que para já não há interrupções na produção, “mas há uma pressão de preços absolutamente sem precedentes”. O diretor-geral da Confederação Portuguesa das Empresas de Bens de Marca, Pedro Pimentel, admite: “Podemos ter no retalho um cenário idêntico às filas das bombas de gasolina onde as pessoas compram antecipadamente produtos não perecíveis”. O presidente do Banco Alimentar Contra a Fome alerta que “a escassez de alimentos atingirá níveis não vistos em muitos anos”.
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