LISBOA, 19 Out (Reuters) – A quantidade de resíduos contendo amianto enviados do exterior para aterros portugueses mais do que triplicou no ano passado, alarmando ambientalistas e moradores locais sobre os riscos cancerígenos e outros riscos para a saúde do material.
A agência de proteção ambiental de Portugal, APA, disse em um relatório na segunda-feira que 1.684 toneladas de entulho contendo amianto e detritos de construção entraram no país em 2019 vindos da Grécia, Malta, Nigéria e Omã, em comparação com 496 toneladas um ano antes.
“É importante rever a estratégia de gestão de resíduos de Portugal”, afirmou Carmen Lima, do grupo ambientalista Quercus e coordenadora da SOS Amianto.
Portugal tornou-se um destino atraente para resíduos estrangeiros, em parte graças à baixa taxa de eliminação de resíduos em aterros, que é de 11 euros por tonelada, em comparação com uma média europeia de 80 euros. Espera-se que essas taxas aumentem.
Residentes preocupados que vivem perto de aterros sanitários levantaram preocupações.
Segundo a APA, a legislação aplicável garantia que o impacto no ambiente seria minimizado e a saúde seria protegida.
Num comunicado, a SOS Amianto disse que também havia preocupações de que materiais contendo amianto estivessem a ser despejados ilegalmente noutros locais, incluindo em florestas.
Foi demonstrado que a exposição ao amianto causa câncer de pulmão, asbestose e mesotelioma, um câncer que ataca a camada protetora que cobre os órgãos internos do corpo, incluindo os pulmões e o tórax.
A utilização e comercialização de amianto e produtos que contenham este material estão proibidas em Portugal desde 2005.
No início deste ano, o receio de que dezenas de milhares de toneladas de lixo da “lista amarela”, que inclui resíduos contendo substâncias perigosas, chegassem a Portugal antes de 2020, forçou o governo a suspender as importações de lixo até ao final do ano para conservar os aterros nacionais. capacidade de proteger. (Reportagem de Catarina Demony; edição de Andrei Khalip e Alex Richardson)
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