O objetivo da ação é “garantir a proteção dos interesses e direitos legítimos da Huawei”.
A gigante das telecomunicações Huawei apresentou uma queixa administrativa contra a Comissão de Avaliação de Segurança, autoridade que decidiu excluir fornecedores de “alto risco” das redes 5G em Portugal.
A Huawei Portugal contesta a decisão que a impede de participar no desenvolvimento de redes 5G no país, escreve o ECO online. O processo deu entrada no dia 31 de agosto no Tribunal Administrativo de Lisboa A empresa diz estar “confiante” de que os tribunais restaurarão a “legalidade”.
O O caso efetivamente coloca a Huawei contra uma entidade governamental que opera sob o Conselho Superior de Segurança do CiberespaçoPainel Consultivo sobre Questões de Cibersegurança do Primeiro-Ministro, explica o ECO.
O cerne do problema é uma resolução assinada em maio pelo Contra-Almirante António Gameiro Marques, presidente da Comissão de Avaliação de Segurança. O documento estabelece sete critérios que, no contexto do 5G, determinam se um fornecedor ou prestador de serviço tem “alto risco para a segurança das redes e serviços nacionais“. As empresas só precisam cumprir um desses critérios é considerado de “alto risco” e é excluído.
Um destes critérios permite excluir prestadores do 5G caso estejam sediados ou tenham ligação a ele um país que não é membro da União Europeia, da OCDE ou da NATO. É o caso da China, onde Huawei está sediada em Shenzhen.
Questionada sobre este processo, fonte oficial da Huawei Portugal respondeu que sim A empresa “pretende assegurar a proteção dos seus legítimos interesses e direitos legais enquanto empresa legalmente estabelecida em Portugal”.“na esperança de remediar as múltiplas violações dos seus direitos causadas pela decisão, bem como o impacto negativo significativo para a empresa e seus parceiros.”
“A Huawei Portugal está confiante de que o tribunal analisará a decisão e restabelecerá a legalidade, tendo em conta as inúmeras questões jurídicas levantadas no nosso processo”, disse fonte oficial.
“A Huawei Portugal dá um contributo indelével para o desenvolvimento do país há quase 20 anos e continua empenhada em trabalhar com os seus parceiros em benefício do ecossistema português de tecnologias de informação e comunicação e da sociedade portuguesa como um todo”, conclui.
A Huawei não possui redes de comunicações eletrónicas, mas fornece tecnologia e equipamentos como antenas e presta serviços a operadores como a MEO, propriedade da Altice Portugal.
O Os EUA veem a empresa como um veículo de espionageme a serviço do regime chinês, Alegações que a empresa sempre negou. No Na União Europeia o entendimento é semelhanteO relatório do ECO continua.
No No dia 2 de junho, o Jornal Económico noticiou – e o ECO confirmou – que a Huawei pretendia ir a tribunal para impedir o banimento das redes 5G.
Na véspera, outras fontes de notícias informaram que a China estava a preparar “medidas retaliatórias” sobre a decisão.
Os responsáveis da empresa falaram com advogados para explorar possíveis caminhos, incluindo a procura de indemnização por parte do Estado português. No entanto, é pouco provável que este processo contenha qualquer pedido de indemnização e é, por enquanto, apenas uma medida atenuante da empresa tecnológica.
O ECO contactou a Comissão de Avaliação de Segurança sobre a reclamação administrativa da Huawei. Uma fonte oficial do Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço respondeu após a notícia de que a comissão não havia sido informada “de qualquer ação legal tomada pela Huawei”, embora o processo já tivesse sido publicado no portal Citius Justice.
A mesma fonte revelou ainda que os operadores de telecomunicações já estão “a desenvolver os respetivos planos de implementação das considerações” da Comissão de Avaliação de Segurança “a apresentar à Anacom”.
Todas as operadoras em Portugal já sublinharam que a Huawei não fará parte da rede core 5G portuguesa.
O Expresso acrescentou: “O A questão é delicada porque diz respeito às relações diplomáticas e tem implicações geopolíticasqual é o caso provocou temores dentro do governo. O país não é o primeiro a tomar uma decisão semelhante, e isso foi recentemente apontado num texto publicado no Expresso pelos especialistas em arbitragem Pacôme Ziegler e Luís Heleno Terrinha Huawei entrou com ações judiciais contra a Suécia e o Reino Unidoo que abriria caminho para um Situação idêntica a de Portugal.”
Fonte: ECO online exclusivo/Expresso
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