Caixa de fatos: Políticos da oposição presos, banidos ou banidos da Venezuela

(Reuters) – Os líderes da oposição mais populares da Venezuela serão quase todos excluídos – presos, exilados ou impedidos de ocupar cargos – nas próximas eleições presidenciais.

Isso deixa a coligação sem um porta-estandarte óbvio para a votação do final de Abril, na qual se espera que o presidente de esquerda Nicolás Maduro concorra a um segundo mandato no país da OPEP com 30 milhões de habitantes.

A seguir está a situação de alguns dos principais líderes da oposição:

HENRIQUE CAPRILES

Capriles, de 45 anos, é duas vezes candidato à presidência e há muito que apela aos apoiantes insatisfeitos do governo, especialmente nos “bairros” pobres da Venezuela.

Com ele, a oposição chegou mais perto da presidência e perdeu por pouco para Maduro em 2013.

Juntamente com Leopoldo López, Capriles é considerado o político da oposição mais popular da Venezuela, embora alguns ativistas o tenham criticado por ser demasiado moderado.

O Gabinete Nacional de Auditoria proibiu no ano passado Capriles, advogado e ex-governador do estado de Miranda, de ocupar cargos públicos durante 15 anos, alegando mau uso de doações e outras irregularidades administrativas.

No entanto, Capriles – um fanático por desporto que foi co-fundador do partido de oposição Justice First – continua a ser uma figura activa na cena política e ainda pretende tornar-se presidente.

LEOPOLDO LÓPEZ

Lopez, 46 anos, apoia uma forte resistência ao governo. Em 2014, foi preso por apoiar protestos anti-Maduro e posteriormente condenado a 15 anos de prisão por incitação à violência e ao terrorismo. Ele está atualmente em prisão domiciliar.

A carreira política de Lopez começou durante seu mandato de oito anos como popular prefeito do rico município de Chacao, em Caracas, que terminou há uma década.

Mas foi então negado ao fotogénico político educado nos EUA o direito de concorrer a outro mandato devido a alegações de corrupção.

Um promotor que ajudou a liderar o julgamento de Lopez fugiu posteriormente para o exterior e acusou o governo socialista de pressioná-lo a fornecer provas falsas.

ANTONIO LEDEZMA

Antonio Ledezma, um advogado de 62 anos e ex-prefeito de Caracas, escapou recentemente da prisão domiciliar ao fugir por terra através da fronteira com a Colômbia. Depois voou para Espanha, onde mobilizou apoiantes da oposição.

Ele é um político veterano ridicularizado pelo governo como um “vampiro”. Ledezma entrou na política antes da eleição do falecido líder Hugo Chávez em 1998.

Ele foi membro do partido Ação Democrática, que dominou a política venezuelana durante décadas, mas caiu em desgraça entre os jovens. Recentemente fundou o seu próprio partido, a Aliança dos Povos Corajosos.

FREDDY GUEVARA

Freddy Guevara é um ex-líder estudantil de 31 anos que mais tarde se tornou vice-presidente do Congresso e líder máximo do partido Vontade Popular. Foi também um dos líderes dos protestos políticos de 2017, muitas vezes na linha da frente.

Guevara buscou refúgio na residência do embaixador chileno em Caracas em novembro porque temia ser preso.

RAMON MUCHACHO

Ramon Muchacho, também ex-prefeito de Chacao, fugiu para Miami em agosto depois de ser condenado a 15 meses de prisão pelo mais alto tribunal da Venezuela.

A Suprema Corte alegou que o homem de 45 anos não conseguiu reprimir as enormes manifestações anti-Maduro do ano passado em Chacao, um foco de ativismo da oposição.

O advogado é membro do partido Justice First de Capriles.

DAVID SMOLANSKY

Smolansky, jornalista de 32 anos e ex-prefeito do rico bairro montanhoso de El Hatillo, em Caracas, foi condenado a 15 meses de prisão no ano passado. Depois de se esconder, ele fugiu da Venezuela pela fronteira brasileira.

O ex-líder estudantil é membro do partido militante Vontade do Povo.

Reportagem de Andreina Aponte e Leon Wietfeld; Editado por Alexandra Ulmer e Girish Gupta

Alberta Gonçalves

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