LISBOA (Reuters) – O ex-ministro da Infraestrutura de Portugal, Pedro Nuno Santos, 46, juntou-se à corrida para liderar o Partido Socialista nas próximas eleições gerais na segunda-feira, depois que seu atual chefe e primeiro-ministro Antonio Costa renunciou em meio a uma investigação de corrupção.
Costa, no poder desde 2015, renunciou na semana passada em meio a uma investigação sobre supostas ilegalidades na gestão de projetos de energia verde por seu governo. O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa convocou eleições antecipadas para 10 de março.
A demissão também coloca em jogo o cargo de Costa como secretário-geral do Partido Socialista (PS), e quem vencer a corrida pela liderança concorrerá ao cargo de primeiro-ministro.
O ministro do Interior, José Luis Carneiro, 52, foi o primeiro a anunciar oficialmente a sua candidatura no sábado, dizendo estar “consciente da magnitude do desafio”.
Carneiro, considerado um candidato moderado, foi Secretário de Estado dos Municípios Portugueses de 2015 a 2019, antes de ser nomeado ministro em março de 2022.
Embora a popularidade de Nuno Santos tenha sido prejudicada após a sua demissão em dezembro de 2022, no meio de um escândalo sobre uma indemnização por despedimento da companhia aérea estatal TAP, ele é visto por muitos como o principal candidato.
Num discurso na sede do PS, em Lisboa, Nuno Santos, da ala esquerda do partido de centro-esquerda, disse que os portugueses têm consciência das suas “qualidades e fraquezas” e da sua “vontade de fazer acontecer”.
“Você também conhece meus erros e minhas cicatrizes… Aqueles que não fazem coisas e não tomam decisões raramente cometem erros”, disse ele enquanto seus apoiadores o aplaudiam.
Nuno Santos coordenou com sucesso o apoio a um anterior governo minoritário com a extrema esquerda em 2015-2019.
Uma sondagem do instituto de pesquisas Aximage para o jornal Diário de Noticias mostrou no sábado que 30% dos portugueses prefeririam que Nuno Santos sucedesse Costa, enquanto apenas 9% gostariam de ver Carneiro no comando.
O cientista político Adelino Maltez escusou-se a prever quem provavelmente venceria, descrevendo Nuno Santos como “mais comunicativo e emotivo”, mas sublinhou que Carneiro é atualmente “um dos ministros mais populares”.
Espera-se que os socialistas elejam um novo líder em meados de dezembro.
A primeira sondagem de opinião desde a demissão de Costa, publicada na sexta-feira pela Intercampus, mostrava que o apoio ao PS caía para 17,9%, contra 25,2% em outubro, enquanto a oposição de centro-direita, Social-democratas (PSD), caía para 21,8%.
Reportagem de Catarina Demony e Sergio Gonçalves; Editado por Andrei Khalip e Andrea Ricci
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