Augusto Santos Silva disse que vivemos actualmente “circunstâncias muito difíceis”.

O presidente disse ainda que a origem da actual crise “não foi política” e que o governo “não se demitiu porque perdeu a confiança do Parlamento, a solidariedade institucional do Presidente ou o apoio da população ou do partido”. “.

“Mas antes porque o Parlamento foi dissolvido porque o Presidente da República entendeu que a demissão do primeiro-ministro significava que a maioria parlamentar não tinha o direito de propor um primeiro-ministro alternativo”, disse.

Para Santos Silva, esta crise veio “inesperada” e as “pessoas comuns”, incluindo activistas e eleitores do PS, “estão, em primeiro lugar, muito surpreendidas e perplexas, em segundo lugar, assustadas, enquanto ficam desiludidas, outras até zangadas”.

“E portanto corremos o risco de passar da estabilidade política, da calma política que o país vivia, para exactamente o oposto: uma situação de agitação e instabilidade em que as pessoas podem perder muito da confiança em nós”, alertou.

Santos Silva sublinhou, por isso, que neste contexto é preciso “mostrar credibilidade e consideração, olhar para todos os lados, ter em conta todas as variáveis ​​ao mesmo tempo” e “mostrar humanidade”.

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Santos Silva alertou que no cenário actual “há um risco enorme, enorme – é melhor não o esconder ou subestimar – nomeadamente o risco de o país poder acordar no dia 11 de Março com uma situação política em que o… ” “A solução que o governo lhe apresentou é uma solução dependente da extrema direita.”

“Essa extrema direita, que pensa que o sangue dos portugueses não pode ser contaminado com o sangue dos cabo-verdianos, que pensa que os estrangeiros estão aqui para roubar a nossa segurança social, que os portugueses podem ser divididos em bons e maus”, disse.

Para Santos Silva, “a única garantia de que o país não ficará dependente da chantagem deste poder é votar no Partido PS”.