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Quando a arquiteta dinamarquesa Signe Bindslev Henriksen visitou o Porto pela primeira vez, há uma década, ficou impressionada com a sua graça negligenciada. Ao visitar as casas do final do século XIX, ela notou os tetos altos, os pisos de madeira embutidos e as molduras esculpidas, que começavam a ceder. “Parecia que havia um passado muito mais bonito e vibrante”, diz Bindslev Henriksen. Esse passado está agora presente: em pouco tempo, a segunda maior cidade de Portugal transformou-se de uma cidade tranquila e movimentada num centro criativo vibrante. Está repleto de lojas conceituais e restaurantes gourmet casuais. Jovens enólogos e sommeliers trazem uma nova perspectiva aos vinhedos velhos. Os expatriados estão voltando para casa para fazer parte do avivamento. Atribua parte disso ao custo e às multidões de outros destinos europeus. Mas chefs e designers também são atraídos pelo charme da cidade, cujas raízes remontam a milhares de anos. A povoação junto ao rio Douro, perto do Oceano Atlântico, tornou-se um importante porto para os romanos, que lhe chamavam Portus Cale e acredita-se que produziam vinho nas margens do rio. Os séculos trouxeram mais conquistadores, incluindo os visigodos, os espanhóis, os mouros e os franceses, e uma vasta gama de estilos arquitetónicos. O centro histórico da cidade é um conjunto de edifícios medievais, barrocos, góticos e neoclássicos, muitos deles com uma linha contínua de granito local que se estende até aos dias de hoje.
Estes diferentes estilos contribuem para a inspiradora “organização desorganizada” do Porto, como diz o chef Nuno Mendes. “Quando você anda pelas ruas você vê cinco, seis gerações de arquitetura empilhadas”, diz ele. “Há azulejos por todo o lado, paralelepípedos por todo o lado.” O Porto também está no coração industrial do país; Na zona eram produzidos sapatos, chapéus, têxteis, cortiça, mobiliário e cerâmica. Talvez seja por isso que a cidade valoriza tanto a arte quanto a praticidade, o progresso e a preservação. O Museu de Arte Contemporânea de Serralves, inaugurado em 1999, continua a ser uma referência no panorama da arte contemporânea. Existem hoje pequenas lojas teimosamente antiquadas em bairros como Ribeira e Cedofeita, especializadas em vassouras, chapéus e câmaras analógicas. Mas talvez o apelo seja bastante simples. Como disse Nicole Muscari, educadora e consultora de vinhos radicada em Nova York, que recentemente comprou um apartamento no Porto com seu marido estilista: “Os tipos criativos gostam de estar perto de coisas bonitas”.
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