Extrema direita de Portugal junta-se à aliança Patriotas pela Europa de Viktor Orbán

O movimento nacionalista e extremista de direita quer fundar um novo grupo parlamentar no Parlamento Europeu. Para tal, é necessário o consentimento de pelo menos sete Estados-Membros.

ANÚNCIO

O Chega, o partido português de extrema-direita, pretende aderir à nova aliança nacionalista “Patriotas pela Europa” lançada pelo primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

“O presidente do Chega anunciou a sua intenção de fazer parte desta coligação soberana”, disse segunda-feira o porta-voz de Orbán ao anunciar a notícia.

André Ventura, do Chega, já tinha descrito a fundação do movimento como uma “oportunidade histórica” para construir uma “alternativa” política e unir a direita.

“Este grupo está claramente contra Ursula von der Leyen e António Costa”, disse Ventura, referindo-se ao voto negativo de Orbán na semana passada. Acordo sobre os cargos de topo na UE.

Após dias de especulação, foi anunciada a fundação dos “Patriotas pela Europa” no domingo pelo Presidente húngaro, flanqueado por Andrej Babiš, antigo primeiro-ministro da República Checa, e Herbert Kickl, líder do Partido da Liberdade (FPÖ), de extrema-direita austríaco.

“Os europeus querem três coisas: paz, ordem e desenvolvimento”, disse Orbán na apresentação em Viena. “E o que hoje eles recebem da elite em Bruxelas é guerra, migração e estagnação.”

A aliança quer maximizar a sua influência fundando um novo grupo no Parlamento Europeu. No entanto, isto requer pelo menos 23 representantes de sete Estados-Membros.

Até segunda-feira eram o Fidesz-KDNP húngaro (11 deputados), o ANO checo (7) e o FPÖ austríaco (6). O Fidesz e o ANO estão atualmente não-inscritos, enquanto o FPÖ pertence à facção extremista de direita Identidade e Democracia (ID), que em breve terá de sair.

Com a adição do Chega e de outros dois deputados, a aliança aproxima-se um passo da exigência de sete Estados-membros da UE. Juntos, os quatro formam 26 deputados.

As partes partilham uma profunda antipatia pelo Acordo Verde, a iniciativa emblemática de von der Leyen para alcançar a neutralidade climática até 2050, e pela Novo pacote de migração e asilouma reforma abrangente que estabeleça regras para lidar com chegadas irregulares em todos os 27 Estados-Membros.

Fundamentalmente, opõem-se ao fornecimento de equipamento militar à Ucrânia, questionam a eficácia das sanções ocidentais contra a Rússia e querem manter laços estreitos com o governo de Vladimir Putin. Questionam também o projecto de integração europeia e a autoridade das instituições supranacionais em Bruxelas e no Luxemburgo.

Mais membros do movimento “Patriotas pela Europa” são esperados antes da primeira sessão plenária em 16 de julho. A Alternativa para a Alemanha (AfD) parece ser um candidato adequado, uma vez que distribuído da facção ID em maio e não tem família política.

Este artigo foi atualizado com informações adicionais.

Nicole Leitão

"Aficionado por viagens. Nerd da Internet. Estudante profissional. Comunicador. Amante de café. Organizador freelance. Aficionado orgulhoso de bacon."

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *