Nos dias 9 e 10 de maio realizou-se o Parlamento da Juventude na Assembleia da República.
Esta é uma iniciativa que permite que os jovens tenham voz ativa no Parlamento junto com os deputados e tragam algumas ideias para serem ouvidas pelo governo e quem sabe até aprovadas pela Assembleia da República e depois serem aplicadas.
O distrito do Algarve dividiu a votação no Parlamento e conseguiu aprovar algumas propostas em meio a um debate sobre desinformação e fake news. Os jovens entre os 14 e os 15 anos debateram as suas ideias no Parlamento e tentaram fazer avançar as suas propostas.
Estiveram presentes seis jovens do distrito de Faro. Eva Santos e Margarida Martins são estudantes em Estômbar, no concelho de Lagoa, e contaram As notícias de Portugal que participar da Assembleia foi uma das melhores experiências de sua vida.
Passo a passo no Parlamento
Para chegar ao parlamento da juventude, uma série de passos tiveram que ser dados. Eva conta que “na primeira fase” foi escolhida pelos colegas “como deputada representativa” de sua turma. Como representante da Lista A, Eva Santos participou nos debates e apresentou as ideias a serem selecionadas como representante da Escola EB 2.3 Professor João Cónim “na sessão regional”.
Margarida Martins admite que foi “um longo caminho” para finalmente chegar ao Parlamento. A jovem, que assumiu o papel de porta-voz do seu grupo na Assembleia da República, admite ter sentido alguma pressão durante a selecção regional dos deputados. Segundo Margarida, “foram muitos deputados de diferentes escolas”, mas todo o esforço e empenho da sua facção valeu a pena e conseguiram chegar ao parlamento.
Ação aprovada
Após algumas alterações, o grupo Algarve conseguiu aprovar a proposta de “divulgar e melhorar o site do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS)” para que os utilizadores possam verificar a veracidade das mensagens que lêem online.
Eva Santos disse que poder estar presente no Parlamento permitiu que a sua voz fosse ouvida, não só por pessoas da sua faixa etária, mas também por “quem pode realmente fazer a diferença”. Por ser um projeto em grupo, ela se sente realizada após atingir as metas que estabeleceu com seu grupo de trabalho. Margarida Martins revelou que se sente tão realizada quanto a colega. Para ela, política não é assunto para jovens, mas ela acredita que esse tipo de iniciativa pode despertar certa curiosidade sobre o mundo político nos jovens.
A trajetória política dessas jovens está longe de terminar. Chegados de Lisboa no dia seguinte tinham de estar prontos para mostrar novas ideias, mas desta vez na Assembleia Municipal da Juventude realizada pela Câmara Municipal de Lagoa, no Algarve, onde estão sediados.
política em casa
No Auditório Carlos do Carmo, Eva e Margarida foram alguns dos representantes do grupo escolar do Rio Arade sediado no Parchal. No final do debate, Eva e Margarida voltam a vencer juntamente com o seu grupo e Lagoa vai aplicar uma proposta apresentada pelo grupo do Professor João Cónim da Escola EB 2.3.
A ideia, idealizada por Eva Santos, Margarida Martins, Sofia Vicente e Matilde Rodrigues e discutida na Assembleia Municipal Jovem, saiu vitoriosa após votação dos restantes deputados.
O objetivo das propostas apresentadas seria tornar Lagoa uma comunidade inteligente. Após uma longa busca, as jovens se depararam com o projeto BE2WASTE. Segundo Eva, a COMPTA, empresa responsável pelo projeto, revelou que o projeto era um projeto piloto em Lagoa “mas sem planos de continuidade”. Nesse sentido, os jovens deputados decidiram recomendar a continuação do projeto. Margarida Martins explica que o projeto consiste na “colocação de sondas volumétricas de enchimento que permitirão a leitura em tempo real dos níveis dos contentores”. Eva acrescenta que, uma vez colocadas as sondas, os contêineres seriam conectados a um GPS que enviaria os dados de enchimento dos contêineres, evitando o acúmulo de lixo nas ruas.
O futuro pode ter mudado
As jovens originalmente não tinham aspirações acadêmicas ou profissionais no campo da política, mas essa experiência mudou sua perspectiva. Margarida sonhava em estudar medicina, mas os projetos em que participou mudaram sua visão da política e ela já diz que pode seguir esse caminho no futuro. Eve diz a mesma coisa, ela diz que planejava seguir o campo da psicologia, mas revela que todas as oportunidades que surgiram ultimamente a fizeram ver a política como “um mundo” que ela “mais interessada do que jamais esperava”.
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