LISBOA, Portugal (AP) – O ministro das Finanças português, Mario Centeno, renunciou ao governo, embora o primeiro-ministro tenha insistido na terça-feira que as políticas de contenção fiscal e disciplina orçamentária permanecerão em vigor.
Centeno é creditado por trazer o déficit orçamentário de Portugal para perto de zero depois que ele inchou durante a crise financeira europeia. Esse sucesso ajudou a convencer os mercados internacionais e outros países europeus de que Portugal já não é uma ameaça à estabilidade financeira do continente.
Também viu Centeno ser eleito presidente da reunião do grupo do euro dos ministros das finanças da zona do euro. Seu mandato lá termina no próximo mês.
Centeno foi convidado a sair e será substituído pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Orçamento João Leão, disse o primeiro-ministro António Costa em conferência de imprensa em Lisboa.
Costa disse que Leão supervisionaria “a continuação da política (do governo)”.
João Leão faz parte da equipe Centeno no Ministério da Fazenda desde que Centeno assumiu o cargo em 2015. Ele tomará posse em 15 de junho.
Centeno se recusou a dizer em entrevista coletiva o que motivou sua renúncia e quais eram seus planos.
Centeno, formado pela Harvard Business School, é amplamente esperado para assumir o cargo de governador do Banco de Portugal.
O défice orçamental de Portugal situou-se em 0,2% do PIB no ano passado, o mais baixo em mais de quatro décadas. O déficit caiu de mais de 11% em 2010, um ano antes de exigir um resgate internacional de 78 bilhões de euros. A disciplina financeira ajudou o governo socialista de centro-esquerda de Portugal a silenciar os críticos que temiam que o país voltasse a práticas fiscais frouxas.
Mas sinais de tensão entre Costa e Centeno surgiram nos últimos meses, principalmente por outra injeção de fundos no banco falido e por um plano de recuperação econômica pós-pandemia que Centeno disse não ter sido consultado.
A saída de Centeno foi anunciada depois que o Gabinete aprovou uma versão revisada do Orçamento do Estado de 2020 para levar em conta a desaceleração econômica desencadeada pela pandemia do novo coronavírus.
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