O principal partido da oposição angolana entrou com uma ação no Tribunal Constitucional na quinta-feira para pedir a anulação das eleições da semana passada, nas quais o MPLA foi declarado vencedor, informou a agência noticiosa portuguesa Lusa.
Após a eleição mais acirrada desde a independência de Portugal em 1975, a Comissão Eleitoral declarou o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) vencedor, estendendo suas quase cinco décadas de governo ininterrupto e dando ao presidente João Lourenço um segundo mandato. Pouco mais de 51 por cento dos eleitores apoiaram o ex-marxista MPLA, disse. Segundo a comissão, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), seu adversário de longa data e antigo inimigo da guerra civil, obteve o seu melhor resultado de sempre com cerca de 44%.
A UNITA tem afirmado repetidamente que não reconhece os resultados das eleições e que foram apresentadas várias queixas à Comissão Eleitoral. O partido citou discrepâncias entre a contagem da comissão e a contagem do próprio partido. O vice-líder do grupo parlamentar da UNITA disse à emissora portuguesa RTP que faltam 187 mil votos ao partido em Luanda, a província mais populosa de Angola.
A comissão negou qualquer irregularidade e insiste que a eleição foi justa e transparente. A UNITA decidiu levar o assunto ao tribunal depois que suas queixas foram rejeitadas pela comissão na terça-feira.
O partido liderado por Adalberto Costa Junior ainda não comentou o processo judicial, mas uma fonte familiarizada com o assunto confirmou à Reuters que o processo foi arquivado na tarde de quinta-feira. O tribunal tem 72 horas para informar todos os interessados e mais 72 horas para se pronunciar sobre o assunto. Analistas dizem que o partido no poder controla o tribunal, que é chefiado por um ex-membro do MPLA, mas o governo diz que exerce seus poderes de forma independente.
A agência noticiosa portuguesa Lusa citou uma fonte próxima da liderança da UNITA dizendo que o caso “enumerou várias queixas que equivalem a ilegalidades” cometidas pela comissão. Lourenço, de 68 anos, prometeu levar adiante as reformas durante seu segundo mandato, incluindo a privatização de ativos estatais mal administrados e a continuação do combate à corrupção.
Mas até agora as suas reformas não conseguiram trazer uma distribuição mais equitativa da vasta riqueza petrolífera de Angola – é o segundo maior produtor de África – que continua em grande parte nas mãos de alguns funcionários bem relacionados do MPLA.
(Esta história não foi editada pela equipe do Devdiscourse e é gerada automaticamente a partir de um feed distribuído.)
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