BRIDGEWATER – Um grupo da Escola Profissional Salvaterra de Magos de Portugal (EPSM) não só ganhou o primeiro prémio no concurso Atlantic Junior Award da Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento; Ganharam uma viagem aos Estados Unidos e a oportunidade de ajudar a preservar e melhorar o rio mais extenso da Península Ibérica.
Os cinco alunos da EPSM e um professor estiveram em Massachusetts de 1 a 8 de outubro para visitar locais de interesse científico, incluindo o Museum of Science e o Massachusetts Institute of Technology em Boston, a Woods Hole Oceanographic Institution em Cape Cod e o NOOA Aquarium no Massachusetts Academia Marítima e Museu da Baleia de New Bedford.
“Foi uma experiência única na vida”, disse Rodrigo Belas, aluno do 12º ano que estuda eletrônica, automação e controles na EPSM, a O Jornal. “É um mundo diferente. Há muitas coisas novas e diferentes maneiras de pensar nos Estados Unidos.”
Além de Belas, a equipa vencedora é composta pelos alunos do 12.º ano Martim Cardoso, Diogo Lameira, Tiago Rainho, Gonçalo Teixeira e o seu instrutor José Carvalho.
Criado pela Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e pela Ciência Viva, o Atlantic Junior Award destina-se a escolas secundárias e profissionais de Portugal e reconhece projetos científicos focados no Oceano Atlântico e na utilização sustentável dos seus recursos.
Para levar para casa o cobiçado prémio, a equipa da EPSM desenvolveu um veículo de superfície autónomo movido a energia solar para ajudar a preservar e melhorar as condições naturais do rio Tejo e levar a uma intervenção preventiva na Planície Ribatejo.
“A nossa viatura foi colocada em ambiente real, no rio Tejo”, disse a professora a O Jornal. “Usamos jet skis ao lado do veículo para provar que era inafundável apesar das ondas geradas. Conseguimos medir os parâmetros de pH, salinidade, temperatura e transparência da água do rio.”
Equipado com um sistema GPS monitorado a longa distância, seu protótipo é camuflado e não tripulado para se misturar com a paisagem e ajudar a preservar o ambiente natural e o habitat da espécie.
“A ideia agora é desenvolver ainda mais o equipamento e colocá-lo num ambiente real da nossa zona, no Tejo, para termos acesso a alguns dados e fazer alguns estudos”, disse Carvalho.
Além do prêmio, a equipe da EPSM também ganhou € 2.000 (aproximadamente US$ 1.940) em equipamentos e materiais para sua escola.
Os projetos do concurso foram avaliados por um júri composto por docentes, investigadores e membros da FLAD, que patrocina o concurso, e da Ciência Viva, que organiza formação para os docentes que coordenam as equipas finalistas.
“As equipas identificaram problemas reais e, em clara interação com a comunidade envolvente, procuraram soluções tecnológicas, aplicando conhecimentos previamente adquiridos e desenvolvendo novas competências técnicas para construir e validar os protótipos construídos”, refere a administradora e jurada da FLAD Elsa Henriques em comunicado preparado .
Ana Noronha, diretora-executiva da Ciência Viva, disse que um dos objetivos deste concurso é despertar o gosto nos jovens para a tecnologia que visa a monitorização e promoção do uso sustentável do oceano.
“Esperamos lembrar aos jovens que, apesar da separação geográfica dos continentes, o Atlântico oferece pontes entre as comunidades que vivem na bacia atlântica”, disse ela em um comunicado preparado. “O Prêmio Atlântico Júnior será uma contribuição para o fortalecimento dessas pontes”.
Durante sua estada nos Estados Unidos, a equipe teve a oportunidade de se encontrar com o Dr. John J. Leonard, professor de engenharia mecânica e marinha no Departamento de Engenharia Mecânica do MIT, e funcionários da Woods Hole Oceanographic Institution para falar sobre seu projeto.
“O feedback foi muito positivo”, disse Carvalho.
O grupo estava aqui para se divertir também, com um roteiro completo planejado incluindo visitas a New Bedford, Fall River, Newport, Taunton, Massachusetts State House, Faneuill Hall e Fenway Park, Patriot Place e Wrentham Outlets, entre outros.
O seu itinerário foi coordenado pela FLAD com o apoio de João Caixinha, coordenador dos programas de língua portuguesa e assuntos educativos nos Estados Unidos, radicado em Boston.
“Foi uma experiência tão incrível e única que nunca esqueceremos”, disse Cardoso. “Tivemos o prazer de conhecer pessoas tão incríveis. Todos os lugares que visitamos foram incríveis.”
Lameira disse ter gostado particularmente de visitar o Museu da Ciência, onde não esperava encontrar tantas experiências interativas que se adequassem aos seus interesses.
“Ele oferece muitas possibilidades dinâmicas com muitas coisas que podemos experimentar”, disse ele.
Rainho disse que gostou particularmente de visitar a Taunton High School, onde sua equipe teve a oportunidade de interagir com os alunos.
“É completamente diferente de tudo o que estamos acostumados”, disse ele sobre a escola. “Os alunos são mais autônomos e trabalham mais individualmente em seus projetos. Eles têm recursos que infelizmente não temos. Ficamos bastante impressionados com seu estúdio de televisão e laboratórios eletrônicos.”
Os alunos visitantes ficaram igualmente impressionados com a Bridgewater State University, onde ficaram na Barry House e visitaram o Watershed Lab and Observatory.
“É um campus enorme”, disse Rainho sobre o campus de 670 acres. “Tem tudo, não precisa ir buscar nada. Em Portugal não temos nada parecido.”
Os alunos disseram que ficaram espantados com a quantidade de portugueses que vivem nesta área.
“Ficamos realmente impressionados”, disse Rainho. “Não esperávamos que tanta gente falasse português.”
Como conclusão de sua viagem, os alunos também disseram que levam muito dessa experiência, para ver mais do que apenas avanços científicos e a grandeza da América.
“As pessoas que conhecemos nos tocaram e vamos lembrar delas por toda a vida”, disse Rainho.
Lurdes C. da Silva pode ser contactado em ldasilva@ojornal.com. Para ler mais histórias sobre a comunidade lusófona em inglês e português, visite ojornal.com.
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