Os sindicatos dos médicos em Portugal não estão satisfeitos com a última proposta do governo.
A mais recente sobretaxa de 20% exige que os médicos trabalhem mais do que o dobro das horas relatadas a cada ano. Também pressiona ainda mais o sistema de profissionais de saúde e não cobre todas as pessoas adicionadas nesta terça-feira, 4 de julho.
Uma greve de dois dias deve começar amanhã, quarta-feira, 5, e há uma boa chance de que mais ações industriais ocorram, disse. sicnoticias.pt.
O principal ponto de discórdia entre os sindicatos dos médicos e o governo é a exigência de um bônus de 20% para os profissionais.
Médicos podem acabar trabalhando 350 horas extras por ano
Os médicos são obrigados a trabalhar em tempo integral e aderir a 40 horas por semana. Isso significaria que eles teriam que trabalhar 350 horas extras por ano, bem acima das 150 horas que trabalham atualmente.
Jorge Roque da Cunha, Secretário-Geral da Associação Médica Independente (JA)alertou: “Estamos falando de 40 dias úteis em que os médicos não estarão mais disponíveis para acompanhar suas famílias, estudar e ter a cabeça limpa para não cometer um erro médico”.
Joana Bordalo Sá, da Associação Médica Nacional (FNAM)expressou sua crença de que era um “modelo completamente medieval”.
“Os médicos continuam a realizar 18 horas de atendimentos de emergência fora do horário normal, enquanto pretendemos voltar às 12 horas para que mais médicos estejam disponíveis para consultas e cirurgias e nem todos se concentrem na emergência”, continuou ela.
A segurança do paciente está em risco
“Além disso, é também proposta uma alteração na compensação do tempo de descanso após o trabalho noturno, o que pode pôr em perigo a segurança dos doentes”, acrescentou Bordalo Sá.
Os médicos não só se opõem à proposta de revisão salarial da tutela, como também reclamam que nem todos os profissionais estão contemplados.
“Há médicos que foram completamente esquecidos, nomeadamente os médicos de saúde pública e os internistas, que constituem um terço do nosso efetivo e que também devem ser tidos em conta”, sublinhou Joana Bordalo Sá.
Mais greves são possíveis se o governo não recuar
Essa insatisfação levou inicialmente os sindicatos do setor a entrarem em greve, e novas greves são iminentes caso o governo não volte atrás nesta rodada de negociações.
Ao anunciar uma paralisação nos dias 25, 26 e 27 de julho, Roque da Cunha disse: ‘No final do mês faremos uma greve de três dias, embora eu gostaria de evitar isso’.
A FNAM confirma que estará presente nas reuniões marcadas para os dias 7 e 11 deste mês e promete apresentar as suas contra-propostas e “considerar evitar novas greves no início de agosto”.
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