O número de pessoas feridas em acidentes envolvendo patinetes, bicicletas e skates transportados INEM quase triplicou em quatro anos.
“Os acidentes envolvendo bicicletas, patinetes e skates estão aumentando, principalmente nos grandes centros urbanos”, disse Luís Meira, presidente do Instituto Nacional de Emergências Médicas (INEM).
Luís Meira apontou que é difícil obter dados fiáveis sobre a taxa de sinistralidade da chamada mobilidade suave, especificando que cada um dos três feridos é grave.
Em 2022, o INEM registou 6.280 feridos com trotinetes, bicicletas e skates, no ano anterior transportou 3.251, em 2020 – um ano marcado por restrições de circulação devido à pandemia – foram 2.642 feridos e em 2019 2.265.
As lesões por acidentes transportados pelo INEM aumentaram 93% em 2022 face a 2021.
Dos 6.280 feridos transportados pelo INEM no ano passado, 4.254 eram ciclistas, 4.254 condutores de scooter e 335 praticantes de skate.
Entre os utentes de trotinete, os acidentes aumentaram 78% no ano passado face a 2021 quando se registaram 946 e voltaram a diminuir em 2020 (367), enquanto o INEM registou 577 feridos em 2019.
Relativamente aos ciclistas, o Instituto Nacional de Emergência Médica registou 4.254 acidentes em 2022, que diminuíram para 3.004 em 2021, 1.970 em 2020 e 1.510 em 2019.
Segundo o INEM, a maioria dos acidentes relacionados com a mobilidade suave ocorreram nos meses de verão, nomeadamente julho e agosto, sendo os concelhos de Lisboa, Porto, Vila Nova de Gaia, Cascais e Coimbra os que registam mais catástrofes.
O presidente do INEM mostrou-se também preocupado com o aumento da utilização de bicicletas e trotinetes nos serviços de entrega, defendendo que é necessário fazer cumprir regras, regulamentos “mais apertados” e fiscalização “mais apertada”.
O diretor do Centro de Responsabilidade Integrada de Traumatologia Ortopédica do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, João Fernandes, também presente no seminário, anunciou que esta unidade vai assinar um protocolo com a ANSR na primeira semana de fevereiro para a troca de dados e para que haja mais informações sobre acidentes e lesões com patinetes.
Na realidade, números muito maiores
O médico, que dirige o único hospital da região Sul que acolhe este tipo de feridos, o Hospital de São José, disse que são necessárias mais informações.
Com este protocolo, os dados de sinistralidade envolvendo scooters serão provavelmente cinco vezes superiores, alertou, tendo em conta o problema atual que estes feridos enfrentam, nomeadamente devido às lesões graves e complexas que afetam vários órgãos devido ao não uso de capacete. Ser estrangeiro e não ter seguro.
O médico disse que esses feridos são “um fardo econômico e social” para o Estado, passando mais de um mês em hospitais, passando por várias cirurgias e ocupando leitos de terapia intensiva.
“Estes feridos estão a ocupar camas com que o Serviço Nacional de Saúde não contava”, disse, referindo que muitos chegam ao hospital bêbados.
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