FALL RIVER – Sem os cordões e cartões de identificação que os alunos de Portugal usam ao pescoço, seriam quase indistinguíveis Escola Secundária BMC Durfee alunos na manhã da última sexta-feira.
Mesmo que os alunos estejam a mais de 3.000 milhas de casa Grupo Ribadouro – um grupo de três escolas privadas da zona do Porto – não tiveram problemas de adaptação desde logo e puderam ser vistos à conversa e às gargalhadas com os seus homólogos americanos. Alguns podiam ser ouvidos falando animadamente sobre o baile de formatura que eles iriam ver naquela noite.
“Todos nos receberam muito bem”, disse Marta Mota, uma menina de 11 anosº Alunos do Externato Ribadouro. “Tudo é tão grande e diferente aqui. Foi muito interessante aprender sobre a cultura deles. Eu não esperava que as pessoas fossem tão legais. Eles até nos emprestaram vestidos e estamos realmente ansiosos para o baile.
Para mergulhar na cultura americana e alargar horizontes, os 50 alunos portuenses passaram cinco dias nesta região – três deles assistiram a aulas e acompanharam os alunos da Durfee High School. Os alunos disseram ter gostado especialmente das atividades no estúdio de TV, sala de design de moda, sala de música, planetário e sala de cosmetologia, pois aprenderam sobre diferentes áreas de estudo que não são oferecidas em sua escola.
“Foi muito legal; é uma experiência nova”, disse Miguel Cruz, aluno do 11.º ano do Externato Camões. “Não temos nada assim em Portugal. Nossa escola é muito pequena e também não temos campos esportivos, hóquei no gelo e aulas de música.”
Ele disse que o grupo também obteve uma nova perspectiva sobre a cultura escolar dos Estados Unidos, já que existem muitas noções preconcebidas no exterior com base no que aparece regularmente nos noticiários ou filmes.
“Muitas pessoas dizem que as escolas nos Estados Unidos são muito perigosas e que há muitas armas, mas isso não é verdade aqui”, disse Cruz. “Eu vou para esta escola e não vejo nada disso. Nos filmes eles representam muito bullying, mas aqui não encontro nenhum bullying e eles são nossos amigos”.
Os alunos portugueses tiveram um itinerário completo, incluindo visitas a Boston, Harvard University e UMass Dartmouth, juntamente com algumas atividades divertidas, como patinagem no gelo na Driscoll Skating Arena, compras no Providence Place Mall e jogos de azar no Dave and Buster’s. Os alunos de Ribadouro e cinco professores também fizeram planos para visitar a cidade de Nova York.
“Foi incrível”, disse Mota. “Tudo é tão diferente.”
Ligação de Ribadouro a Durfee
Há cerca de uma década, o professor de física e química de Ribadouro, Nuno Lino, traz grupos de alunos para os Estados Unidos, principalmente para o estado da Flórida, onde visitam o Cabo Canaveral e a University of Central Florida.
“A ideia é dar-lhes uma nova experiência, para que os miúdos vejam novas realidades porque aqui o sistema de ensino é completamente diferente”, disse Lino. “Durante nossa 6ª visita, decidimos que realmente queríamos ir para o ensino médio. Então comecei a explorar alguns contatos que tinha nos Estados Unidos.”
Antes de lecionar, Lino foi assistente técnico profissional de basquete na fcporto.
“Tivemos jogadores americanos lá e mantivemos contato pelas redes sociais”, disse Lino. “Um deles é Marques Houtman, que agora trabalha aqui na Durfee High School como facilitador de tecnologia.”
Com a ajuda de Houtman, foram feitos os contactos e preparativos necessários e a primeira turma do Externato Ribadouro – composta por 29 alunos – visitou Durfee na primavera de 2022.
“O ano passado foi uma experiência fantástica, mas nada como este ano”, disse Lino, referindo que mais de 150 alunos se inscreveram para esta viagem, mas apenas um terço deles conseguiu vir devido a limitações de espaço.
“A ideia é sempre fazer algo diferente, e este ano tem sido tão impressionante”, acrescentou Lino.
Ele disse que os professores da Durfee World Language, Tony Rodrigues e Tibério Melo, abraçaram totalmente esta iniciativa e ajudaram a levá-la a outro nível este ano, reunindo alunos de Ribadouro com alunos da Durfee para que eles pudessem ter uma experiência mais ampla e poder envolvê-los em mais atividades variadas no ensino médio e na comunidade.
“No ano passado, descobrimos que Nova York não decepcionou as crianças, mas o que elas mais gostaram foi a estadia aqui em Durfee”, disse Lino. “Eles não queriam sair. Eles choraram no último dia. Muitos laços foram criados. Ver o rostinho das crianças, ver a alegria que elas vivenciam foi incrível. A ideia é desenvolver um programa de intercâmbio.”
Os alunos da Durfee também estão impressionados
Emily Coelho, aluna do segundo ano da Durfee High School, que orientou os alunos portugueses na escola, disse que gostou da experiência e ficou genuinamente impressionada com o comportamento deles.
“É uma experiência para nós também”, disse ela. “É muito legal conhecer novas pessoas de diferentes culturas. Eles são todos pessoas muito legais e nos damos muito bem. Para ser sincero, não pensei que eles se encaixassem tão facilmente. Se eu fosse para um novo país e escola, ficaria muito tímido e nervoso. Mas são todos muito extrovertidos e querem ver como é a nossa escola aqui.”
João Sousa, também júnior, fez eco desta opinião.
“Eu realmente esperava alunos tímidos, alguns dos quais têm problemas com o inglês, mas o inglês deles é muito bom”, disse ele. “Podemos nos comunicar bem e nos relacionar muito bem uns com os outros. Foi uma ótima experiência. Eu vi a outra cultura e como ela difere do que temos aqui.”
Diretor da Durfee elogia cruzamento cultural
O diretor da Durfee, Matthew Desmarais, disse que os alunos se beneficiaram muito com a experiência.
“Sempre que podemos interagir com alunos e funcionários de outras escolas, acho que é mutuamente benéfico”, disse a O Jornal. “Adicionar a dinâmica internacional aprofunda a experiência de todos os envolvidos em termos de intercâmbio cultural.”
Ele disse que achou os alunos do Porto muito respeitosos, engajados e interessados na cultura americana.
“Acho que já há planos para outra visita no ano que vem”, disse Desmarais. “Os nossos alunos e alguns funcionários vão viajar para o Porto ainda este mês.”
Alunos da Durfee visitam Portugal de 12 a 21 de abril
27 alunos da Durfee viajarão a Portugal de 12 a 21 de abril para retribuir a visita.
Rodrigues, que vai liderar o grupo, disse que Lino ajudou a desenhar o programa. Além da estadia no Externato de Ribadouro, os alunos da Durfee vão visitar o Porto, Braga, Guimarães e Coimbra.
“Faremos alguns passeios tradicionais, mas também várias atividades como surf, tirolesa e um jogo de futebol entre o FC Porto e o Santa Clara”, disse o professor Durfee.
Rodrigues disse que a viagem proporcionará aos alunos oportunidades únicas que os permitirão voltar para casa com tanto conhecimento sobre Portugal e sua cultura.
“Os alunos se envolvem e compartilham suas diferenças culturais”, disse ele. “Embora a tecnologia tenha nos aproximado, não há nada como se reunir e conhecer alguém em primeira mão.”
Rodrigues disse que não há palavras para expressar o quanto está grato pelo apoio e pelas generosas doações que recebeu da comunidade para tornar este intercâmbio memorável para estudantes dos dois lados do Atlântico.
“Todos em nossa comunidade foram ótimos; Recebemos muito apoio das empresas locais, do prefeito Paul Coogan, do senador Michael Rodrigues e da UMass Dartmouth”, disse ele. “Nossos filhos também tiveram muitas oportunidades de arrecadar fundos e pelo menos um terço das crianças faz essa jornada coletando tudo. Temos muita sorte de ter uma experiência como essa.”
Lurdes C. da Silva pode ser contactado em ldasilva@ojornal.com. Para ler mais histórias sobre a comunidade de língua portuguesa em inglês e português, visite ojornal.com.
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