ANA paga para isolar edifícios da poluição sonora

“Este ano vamos começar a isolar as fachadas dos edifícios sensíveis”, anunciou o presidente executivo da gestora aeroportuária do Grupo Vinci, Thierry Ligonnière, numa audição na Assembleia da República a pedido do grupo PSD.

Segundo o responsável, a ANA vai continuar a financiar o isolamento de 22 edifícios particularmente sensíveis nos concelhos de Lisboa e Loures, que incluem duas escolas, dois jardins de infância e 11 unidades habitacionais Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboadois prédios de ISCTE – Instituto da Universidade de Lisboaum pavilhão de Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboauma academia de estudos, dois prédios de saúde e um centro de bem-estar para jovens.

Também presente na audiência, o presidente do Conselho de Administração da ANA, José Luís Arnaut, indicou que o programa de isolamento predial foi adiado devido à pandemia, mas que “agora importa recuperar o tempo perdido”.

Os responsáveis ​​lembraram que o plano de ação contra o ruído vigorou de 2018 a 2023 e contemplava o isolamento de fachadas, mas reiteraram que o princípio do poluidor-pagador deve ser observado no financiamento da medida.

“Nossa abordagem desde o início foi dizer que o princípio do poluidor-pagador deve ser aplicado, principalmente porque […] a única forma de realmente gerar uma resposta positiva de quem está na origem deste ruído, neste caso as companhias aéreas, os aviões. A infraestrutura recebe os aviões mas não emite ruído, o que temos a fazer é influenciar o bom comportamento das companhias aéreas”, defende Thierry Ligonnière.

Para o gestor aeroportuário, os avanços na tecnologia das aeronaves já permitem a redução do ruído, por isso ele acredita que companhias aéreas com frotas mais antigas devem pagar mais do que aquelas com frotas mais novas.

Segundo José Luís Arnaut, o ministro do Ambiente e Proteção do Clima, Duarte Cordeiro, manifestou-se disposto a analisar a proposta da ANA.

Sobre as conclusões do grupo de trabalho criado pelo governo para analisar o ruído operacional Aeroporto Humberto Delgadoque afeta quase 400 mil pessoas nos concelhos de Lisboa, Almada e Loures em termos de ruído noturno, a ANA considerou as medidas propostas, incluindo a interdição de voo entre as 01h00 e as 05h00, “equilibradas”.

Marco Soares

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