Óbidos está certamente na lista dos destinos imperdíveis para quem visita Portugal. Mas muitos talvez não saibam que a apenas uma hora da famosa cidade medieval (30 minutos de carro e outros 30 de barco) fica uma das mais belas reservas naturais do país: as Berlengas.
Este conjunto de pequenas ilhas e rochedos, a 10 km da costa de Peniche, é constituído pelas Berlenga Grande, Estelas e Farilhões-Forcado, que foram reconhecidas pela UNESCO como reserva da biosfera em 2011. Das ilhas que compõem o Arquipélago das Berlengas, apenas a Berlenga Grande é visitável. Mas longe dos milhares de pessoas que todos os dias percorrem as ruas de Óbidos, a Berlenga Grande tem um limite diário de 550 visitantes e os passeios só acontecem entre março e outubro. Em 2020, as autoridades introduziram este limite para preservar este habitat natural excepcional e local de nidificação de diversas aves marinhas, algumas das quais apenas encontradas nas ilhas portuguesas, como a Cagarra e o Painho.
Planeie a sua visita à Berlenga Grande com este guia das melhores experiências da ilha, o que levar e como reservar uma viagem.
Caminhe pelos trilhos pedestres da Berlenga
A melhor forma de explorar a Berlenga Grande é caminhando ao longo da ilha. A partir do cais, o primeiro troço do percurso começa perto do Carreiro dos Cações, a parte mais estreita da ilha, e percorre 1,5 km ao longo do lado oriental, também denominado Ilha Velha. Se seguir pela estrada de terra batida encontrará vários pontos de pesca locais e uma vista para as outras ilhas: Estelas e Farilhões.
Regresse ao miradouro sobranceiro ao Carreiro dos Cações, onde começa a segunda parte do percurso. Este percurso mais movimentado leva ao Farol da Berlenga e ao Forte de São João Baptista, os dois principais edifícios da Berlenga Grande.
A subida ao farol é íngreme e leva ao ponto mais alto da ilha, a 92 m (300 pés) acima do nível do mar. O Marquês de Pombal encomendou o Farol da Berlenga em 1758. Está em funcionamento desde 1842, mas está fechado à visitação.
A partir daí, siga a sinalização que leva ao Forte de São João Baptista, uma estrutura militar construída no século XVI para proteger a costa portuguesa dos ataques de piratas de Espanha e França. Mais tarde serviu de base para os britânicos durante as invasões napoleônicas. A vista da falésia acima da fortaleza é uma das mais bonitas da ilha, principalmente nos dias de sol. Desça para ver o interior da fortaleza e dê um mergulho no pequeno cais mesmo ao lado.
Se quiser evitar a descida à fortaleza, pode sempre continuar o caminho para chegar à parte mais ocidental da ilha. Este caminho é menos percorrido e é ideal para observar as aves que vivem nas Berlengas. Se você visitar no final da primavera e início do verão, verá milhares de gaivotas de asas negras acompanhadas de seus filhotes.
Faça um passeio de barco para ver as cavernas e depois siga para a praia
Uma forma alternativa de explorar a Berlenga Grande é fazer um passeio de barco pelas diversas grutas que se formaram naturalmente ao longo do tempo.
A visita começa no cais e segue pelas incisões da ilha, entrando em grutas que surpreendem pelas suas formações e cores, bem como pelo tom turquesa da água. Irá testar a sua imaginação ao reconhecer o corpo de uma baleia ou o rosto de uma pessoa nas rochas, sem esquecer a tromba do elefante, uma das formações rochosas mais famosas da Berlenga.
O passeio de barco passa também pelo Forte de São João Baptista, permitindo uma vista diferente da fortaleza, e segue até à Cova do Sonho, apelidada por ser um dos locais preferidos para pernoitar dos pescadores. devido às suas águas mais calmas.
Conhecida pela sua vida marinha, as Berlengas são também perfeitas para a prática de snorkeling, mergulho, caiaque ou canoagem.
Durante a sua visita, reserve uma hora para desfrutar da Praia do Carreiro do Mosteiro. Esta faixa de areia é pequena e enche rapidamente, mas é ideal para se refrescar em algumas das águas mais bonitas e transparentes de Portugal.
Existem três opções de alojamento na Berlenga
Os passeios de um dia à Berlenga duram quatro horas, mas pode optar por passar a noite ou até alguns dias.
O Bairro dos Pescadores, perto do cais, dispõe de um alojamento com serviços – Pavilhão Sol e Mar – e do único restaurante da ilha. No entanto, é necessário reservar com antecedência (+351 262 750 331/+351 919 543 105) pois dispõe apenas de seis quartos.
Se quiser uma experiência um pouco diferente, pode ficar no Forte de São João Baptista. Você dormirá em uma cela antiga e deverá trazer todos os itens essenciais, incluindo roupa de cama. A reserva é feita diretamente com o Associação Amigos das Berlengas.
Por fim, existe também a possibilidade de acampar. Para garantir um lugar para sua barraca, entre em contato com o Posto de Turismo de Peniche. Lembre-se, o espaço é limitado.
É melhor levar comida e água com você
Os recursos da Ilha da Berlenga são limitados e há poucos locais para obter abastecimentos. Além do restaurante do Pavilhão Sol e Mar, existe um único café chamado Castelinho, localizado numa pequena fortaleza e que serve refeições ligeiras.
Devido à escassez de oferta, os preços são bastante elevados. Portanto, traga sua comida e água suficiente para se manter hidratado.
Como chegar à Berlenga?
Basta uma manhã ou uma tarde para visitar a Berlenga Grande e conhecer esta reserva natural. Para chegar lá, você precisará reservar seu passeio de barco de ida e volta a partir do Porto de Peniche com um dos fornecedores operadores locais. Confirme a previsão do tempo marítimo antes de iniciar a viagem, pois pode ficar difícil ao passar o Cabo Carvoeiro em direção à ilha.
Também é importante conseguir isso Passo das Berlengas, uma autorização de visita obrigatória introduzida pelo governo português para controlar a presença na ilha. Devido às restrições da ilha, é aconselhável reservar a sua viagem e o Berlenga Pass o mais cedo possível, principalmente se pretende visitar ao fim de semana ou nos meses de julho e agosto.
A melhor forma de chegar a Peniche é de carro, pois dá-lhe mais liberdade no planeamento. Mas você também pode chegar lá de ônibus Rodoviária do Oeste da estação de Campo Grande, em Lisboa.
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