SEUL, 16 Dez (Reuters) – O banco central da Coreia do Sul anunciou nesta quarta-feira que está estabelecendo sua nova meta de inflação de três anos em 2 por cento e abandonando sua atual política de usar uma meta de preços ao consumidor.

“O Banco da Coreia (BOK) fará o possível para manter a inflação próxima da meta e tirar a economia da inflação baixa”, disse o banco em comunicado.

A meta agora é de 2,5% a 3,5% e expirará no final deste ano. Antes da meta atual, a Coreia do Sul usava uma média de 3,0%, dentro de uma faixa de 2,0 a 4,0%. A nova meta será utilizada de 2016 a 2018.

A inflação nominal permaneceu bem abaixo do limite inferior da faixa atual durante a maior parte da existência da meta, atraindo críticas de legisladores e da mídia local.

O índice de preços ao consumidor (CPI), no qual se baseia a meta atual e a próxima do banco central, deve ficar abaixo da nova meta no próximo ano, mas subir para cerca de 2 por cento em 2017-2018, disse o BOK.

Suh Young-kyung, vice-presidente do banco, disse em entrevista coletiva que a nova meta reflete a disposição do banco de manter a inflação constante em um determinado nível, em vez de uma faixa de inflação.

O anúncio ocorreu ao mesmo tempo em que o Tesouro informou que passaria a apresentar o PIB nominal (não ajustado pela inflação) como um indicador regular dos esforços de crescimento do governo.

Questionado se o banco central começaria a ajustar as taxas de juros para empurrar a inflação ao consumidor para a meta, Huh Jin-ho, diretor-geral de política monetária do BOK, disse que é improvável.

“A inflação pode subir ou cair temporariamente por uma série de razões, e a política monetária não pode ser alterada automaticamente”, disse Huh.

“Acho que outros métodos além das taxas de juros poderiam ser usados, como esforços para resolver problemas estruturais mais amplos na economia.”

Caso a inflação real fique mais ou menos 0,5 ponto percentual acima da meta por pelo menos seis meses, o presidente do Banco Central deve conceder entrevista coletiva para explicar os motivos da alta da inflação até o momento.

Se a inflação não melhorar além do período de seis meses, o BOK fornecerá explicações adicionais para a falha a cada três meses, afirmou. A meta também pode ser alterada se, após conversas com o governo, a inflação for afetada repentinamente por causas inesperadas.

A meta de 2 por cento foi estabelecida porque a inflação subjacente na Coreia do Sul caiu para cerca de 2 por cento desde 2012 devido a mudanças econômicas estruturais, disse o Banco da Coreia. (Editado por Kim Coghill)