O partido de centro-direita de Portugal obteve uma vitória eleitoral estreita, mas tem poucas hipóteses de formar um governo maioritário.
O líder da Aliança Democrática, Luís Montenegro, disse aos seus apoiantes que os portugueses votaram a favor da mudança, mesmo que a vitória tenha sido pouco convincente.
Os dois principais partidos juntos receberam cerca de 29 por cento dos votos.
Só o extremista de direita Chega conseguiu reivindicar um claro sucesso.
Cinco anos depois de entrar na política portuguesa, o partido do ex-analista de futebol André Ventura obteve 18 por cento dos votos e 48 assentos no parlamento de 230 assentos.
Comentaristas políticos dizem que Portugal enfrenta o parlamento mais fragmentado desde o fim da ditadura, há meio século.
Dez milhões de portugueses tiveram a oportunidade de votar nas eleições antecipadas no domingo, quatro meses depois de o primeiro-ministro socialista, António Costa, ter demitido devido a acusações de corrupção, embora nunca tenha sido apontado como suspeito.
Foi Costa quem avisou, na noite de domingo, aos telespectadores portugueses que poderia haver um “possível empate” entre os Socialistas (PS) e o partido de centro-direita Aliança Democrática, restando apenas quatro assentos fora de Portugal.
Mas pouco depois, o seu sucessor, Pedro Nuno Santos, como líder do Partido Socialista, reconheceu a vitória e anunciou: “Vamos liderar a oposição, vamos renovar o partido e tentar reconquistar os portugueses que estão insatisfeitos com o PS”.
Luís Montenegro disse aos seus apoiantes que está agora convencido de que o Presidente da República entregará ao centro-direita a tarefa de formar o próximo governo.
“Sempre disse que para mim vencer as eleições significa ter mais um voto do que qualquer outro candidato e só nestas circunstâncias aceitaria o cargo de primeiro-ministro”.
Com todos os votos contados (excepto os quatro assentos externos), a sua Aliança Democrática tinha 79 assentos, dois a mais que os seus rivais socialistas.
Ele disse que os eleitores deixaram claro que queriam um novo governo, uma mudança na política e uma maior ênfase no diálogo entre os líderes políticos.
O antigo líder do centro-direita Luís Marques Mendes disse que nunca houve uma noite eleitoral como esta: “Acho que teremos novas eleições no início do próximo ano”.
Tudo parecia muito mais claro quando as sondagens pós-eleitorais deram aos partidos de centro-direita uma vitória mais clara. Os apoiantes gritavam “Portugal, Portugal” enquanto o rosto do líder do seu partido aparecia nos ecrãs de televisão.
A participação eleitoral foi de 66%, a mais alta em anos, apesar de as últimas eleições terem ocorrido há apenas dois anos.
Rapidamente se tornou claro que o partido de extrema-direita Chega (Chega) tinha cimentado a sua pretensão de se tornar a terceira força na política portuguesa.
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