MADRI
Centenas de documentos confidenciais da OTAN enviados para Portugal foram roubados e vendidos na dark web, informou o diário português Diario de Noticias na quinta-feira.
Fontes anónimas disseram ao jornal que a mais alta organização militar de Portugal, a EMGFA, foi alvo de um “ciberataque contínuo e sem precedentes” que levou à fuga de informação classificada da NATO.
Segundo a reportagem, o governo português só soube do ciberataque em agosto, depois que agentes da inteligência americana descobriram que os documentos classificados estavam à venda na dark web.
Fontes disseram que o vazamento é considerado “extremamente sério”.
O Diario de Noticias contactou a Embaixada dos EUA em Lisboa e várias agências governamentais portuguesas para comentar o caso. Nenhum deles estava disposto a confirmar ou negar o relatório.
“O Governo pode garantir que o Ministério da Defesa português e as Forças Armadas vão trabalhar diariamente para que a credibilidade de Portugal enquanto membro fundador da NATO se mantenha intacta”, afirmou um porta-voz do gabinete do primeiro-ministro.
“Sempre que houver suspeita de que a rede de segurança cibernética foi comprometida, a situação será analisada de forma abrangente e todas as medidas serão implementadas”, continuou o comunicado.
A primeira investigação sobre o vazamento de dados revelou que as regras de segurança para informações classificadas foram violadas, pois conexões inseguras foram usadas para receber e encaminhar os documentos, disseram fontes ao Diario de Noticias.
Segundo relatos, o ataque cibernético era indetectável e foi realizado por uma rede de bots projetada para descobrir informações classificadas.
A OTAN teria exigido explicações do governo português. De acordo com o relatório, dois responsáveis portugueses irão deslocar-se à sede da NATO, em Bruxelas, na próxima semana, para uma reunião de alto nível.
Esta não seria a primeira vez que Portugal se vê implicado numa quebra de segurança relacionada com documentos da NATO. Em 2018, o oficial de inteligência português Frederico Carvalhão Gil foi condenado por espionar para a Rússia depois de ter vendido documentos classificados da OTAN e da UE a um agente russo.
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