LISBOA, 27 Out (Reuters) – O presidente do Banco de Portugal, Mário Centeno, disse nesta terça-feira que os riscos relacionados ao manejo das medidas de apoio às economias atingidas pela pandemia de coronavírus são graves e que as autoridades europeias estão fazendo isso teriam que ser cautelosas.
Centeno, também membro do Conselho do BCE, alertou que uma saída prematura pode ter um efeito “desestabilizador” na recuperação da região.
“Dado o elevado nível de incerteza e a recuperação ainda fraca, os riscos de uma retirada prematura do apoio são graves e requerem uma avaliação criteriosa”, disse Centeno, falando numa conferência bancária em Lisboa.
O governador argumentou que estender demais o apoio também não seria sensato. “Uma expansão das medidas de apoio pode levar à preservação indesejada de empregos e empréstimos a empresas inviáveis, o que pesaria no crescimento futuro”, disse ele.
Centeno junta-se ao Banco de Inglaterra e ao Deutsche Bundesbank, entre outros, alertando para o risco de aumento das insolvências se as medidas de apoio do governo forem reduzidas.
O otimismo sobre o aumento da atividade após o levantamento dos bloqueios nacionais na Europa diminuiu, pois o aumento do número de casos provocou bloqueios e restrições localizadas em toda a região.
Mais da metade das pequenas e médias empresas da Europa temem por sua sobrevivência nos próximos 12 meses, com uma em cada 10 esperando entrar com pedido de falência em seis meses, de acordo com uma pesquisa da consultoria de gestão McKinsey realizada em agosto e divulgada na semana passada.
Reportagem de Sergio Gonçalves e Victoria Waldersee; Edição por Alison Williams
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