Foi emitido um mandado de detenção internacional para o bilionário angolano com ligações a Malta

A organização policial internacional Interpol emitiu um mandado de prisão contra a bilionária angolana Isabel dos Santos, informou a agência noticiosa portuguesa Lusa e dezenas de outras pessoas esta sexta-feira.

Dos Santos, filha do ex-presidente autoritário de Angola José Eduardo dos Santos, é tema do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) 2020 A Investigação do Luanda Leaks.

A investigação mostra como informações privilegiadas, conexões políticas e muitos Apoiadores ocidentais ajudaram dos Santos a acumular riqueza. Ele recebeu vários negócios, incluindo petróleo, diamantes, produção de cerveja e telecomunicações.

A investigação também revelou os laços do bilionário angolano com Malta, já que Isabel dos Santos e seu marido Sindika Dokolo possuíam ou detinham ações como acionistas em 14 empresas fundadas em Malta, tornando-se um destino “popular” para o casal.

De acordo com uma investigação do ICIJ, Malta tem o terceiro maior um conjunto de empresas ligadas ao império do casal, seguindo-se Angola (81 empresas) e Portugal (17 empresas). No entanto, Malta tem mais empresas financeiras envolvidas do que Portugal (13 contra 11) e é o único país dos três listados como uma “jurisdição de divulgação”.

As 14 empresas incorporadas em Malta são Kento Holding Limited, Wise Intelligence Solutions Holding Limited, Wise Intelligence Solutions Limited, Victoria HoIding Limited, Victoria Limited, Alcea Holding Limited, Athol Limited, Finisantoro Holding Limited, Espaços Media Group Limited, Winterfell Industries Limited, EMG Consulting Limited, Winterfell 2 Limited, Global Land Limited e Supply International Limited.

Lusa agência noticiosa portuguesa informou que a Interpol emitiu um mandado na sequência de um pedido dos procuradores angolanos. Uma fonte da Polícia Judiciária em Lisboa disse que o mandado da Interpol acusava dos Santos de criar um mecanismo financeiro corrupto entre 2015 e 2017. A fonte disse que o mandado afirma ainda que dos Santos agiu com base em informações que obteve como chefe da petrolífera estatal angolana Sonangol.

Dos Santos negou as alegações de que ele se beneficiou injustamente da posição de seu pai como presidente de Angola ou qualquer outro delito. No ano passado, as autoridades angolanas e portuguesas congelaram bens e contas bancárias de dos Santos e iniciar uma investigação criminal e os impérios comerciais foram amplamente desmantelados.

Uma fonte oficial que representa a bilionária filha do ex-presidente angolano disse no sábado que dos Santos não foi informado de um mandado de prisão internacional. Em comunicado enviado à Reuters, fonte oficial de dos Santos disse que seus advogados “consultaram o banco de dados da Interpol e, até agora, não houve referência à emissão de um mandado”.

Chico Braga

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