Nota do Editor: Este artigo foi originalmente publicado em 14 de novembro
O ‘Gandhi’ de Portugal, Antonio Costa, de 54 anos, que se tornou o novo primeiro-ministro de Portugal depois que a coalizão de partidos de esquerda conquistou a maioria, tem laços com Goa.
Familiares e simpatizantes do esquerdista ex-prefeito de Lisboa, que conquistou os portugueses e ganhou o modesto apelido depois de mudar a sorte da Mouraria, zona da capital do tráfico e da prostituição, não podem conter a alegria, eh es Costa parece estar a um passo de assumir as rédeas do endividado ex-país colonial que governou Goa durante 451 anos.
“Sim, estamos definitivamente orgulhosos de como ele conseguiu chegar aos mais altos escalões da política portuguesa”, disse a prima de Antonio, Anna Kaarina Jussilainen Costa Primeiro post.
Anna mora na casa ancestral da Costa, com mais de cem anos, uma das muitas que margeiam a deslumbrante Rua Abade Faria, na cidade de Margão, a 35 km de Panaji.
A mãe de Anna e tia paterna de Antonio, Sinikka Jussilainen Costa, também guarda boas lembranças das estadas de Antonio em Goa.
“Numa das suas últimas visitas, há cerca de 15 anos, veio a Goa com uma delegação parlamentar portuguesa. Ele nos visitou aqui. Ele vai conseguir e garantir que os portugueses não sigam o caminho da Grécia”, afirmou.
Sinikka diz que a família o chamava de “Babush”, um apelido popular concani para “menino”.
Mas o “menininho” ocupou cargos-chave no governo português ao longo dos anos, além do cargo interino de líder da oposição e prefeito de Lisboa. Durante a sua carreira política de quase três décadas, António foi também Ministro da Administração Interna, Ministro da Justiça, Ministro dos Assuntos Parlamentares.
“Agora ele nos deixou tão orgulhosos… Ele sempre foi apaixonado por política. Costumava haver debates intermináveis entre ele e o pai sobre questões políticas”, recorda-se das suas visitas a Goa.
Enquanto Antonio, de 54 anos, é militante do Partido Socialista, na década de 1950 seu pai, o poeta e escritor Orlando, era filiado ao Partido Comunista Português, banido durante o regime ditatorial de Oliveira Salazar.
Nascido em Moçambique, outra colónia lusófona em África, em 1929, Orlando passou a juventude em Goa antes de migrar para Lisboa aos 18 anos, onde era estudante e académico de dia e comunista à noite.
António, por outro lado, já foi eleito três vezes autarca de Lisboa, num país onde o prestígio da presidência se mede pelo precedente administrativo de o primeiro cidadão da capital ser frequentemente convidado para reuniões ministeriais por vários primeiros-ministros portugueses.
O orgulho de Sinikka decorre dos recentes desenvolvimentos em Portugal atingido pela crise financeira, onde manobras políticas inteligentes de “Babush” levaram ao colapso do governo de centro-direita de Pedro Passos Coelho de Portugal, graças a uma reunião histórica de três grandes partidos de esquerda que venceu o voto de confiança na terça-feira por 123-107.
Segundo relatos da mídia de Portugal, o ibérico dificilmente poderia impedir Gandhi de assumir a presidência do primeiro-ministro.
Para goeses como José Elmano Coelho Pereira, que co-organizou a Semana de Cultura, uma série anual de eventos que apresenta e celebra a cultura única de influência portuguesa de Goa, o sucesso de Antonio, apesar de sua origem étnica, significa que tudo é possível.
“É sem dúvida motivo de orgulho que os goeses tenham provado ser os melhores e consigam alcançar altos cargos também noutros países. Antonio Costa foi anteriormente o prefeito de Lisboa, bem como parte de gabinetes anteriores em Portugal. Tenho certeza de que ele o servirá bem (como primeiro-ministro)”, disse Pereira.
(O autor é o correspondente em Goa do Indo-Asian News Service)
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