Incapacidade da Nigéria em atender às exportações de gás para afetar Portugal

Por Adedapo Adesanya

Portugal pode enfrentar problemas de abastecimento neste inverno se a Nigéria, seu principal parceiro de exportação da commodity, não entregar todo o seu gás natural liquefeito (GNL) a tempo.

O alerta foi feito pelo ministro do Ambiente e Energia do país da UE, Duarte Cordeiro, na segunda-feira.

A Europa vem tentando reduzir seu próprio gás russo depois que invadiu a Ucrânia em fevereiro. Uma dessas oportunidades é buscar alternativas ou aumentar a oferta de mercados-chave, no caso de Portugal, Nigéria.

O Sr. Cordeiro disse que, embora exista a possibilidade de a Nigéria não atender ao volume de fornecimento de GNL, o governo nigeriano deu garantias de que o fará.

Falando numa conferência em Lisboa organizada pela CNN Portugal na segunda-feira, salientou que “existem riscos de não cumprimento”.

“No dia a dia, podemos ter problemas, como não ser abastecido com o volume de gás planejado”, disse Cordeiro.

Embora Portugal tenha reservas de gás a 100 por cento da capacidade de armazenamento, Cordeiro disse que se menos carregamentos de GNL nigerianos se materializassem, teria de procurar abastecimentos alternativos.

Com outros países europeus fazendo o mesmo, isso provavelmente levará a preços mais altos do gás importado, disse ele.

Portugal importou no ano passado 2,8 mil milhões de metros cúbicos de GNL da Nigéria, ou 49,5 por cento do total das importações, enquanto os Estados Unidos foram o segundo maior fornecedor com uma quota de 33,3 por cento.

Outros fornecedores incluem Trinidad e Tobago, Argélia, Catar e Rússia, este último representando apenas 2% no ano passado.

A produção de petróleo e gás na Nigéria foi limitada pelo roubo e destruição de oleodutos, deixando o terminal Nigeria LNG (NLNG) Limited em Bonny Island operando com 60% da capacidade.

Portugal está a procurar diversificar os seus fornecedores para melhorar a segurança energética do país, disse Cordeiro, acrescentando que está a adotar uma estratégia para reduzir o consumo de gás e aumentar a sua já elevada produção de eletricidade através de energias renováveis.

Chico Braga

"Explorador. Organizador. Entusiasta de mídia social sem remorso. Fanático por TV amigável. Amante de café."

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *