Por Sérgio Gonçalves

LISBOA (Reuters) – A empresa portuguesa de telecomunicações NOS registrou uma queda de 15% no lucro líquido do primeiro trimestre nesta quarta-feira, uma vez que as despesas de amortização aumentaram após um forte investimento para levar sua rede 5G de alta velocidade a quase todos em Portugal.

A NOS, cujos negócios incluem televisão por cabo e cinema, obteve um lucro líquido de 34,9 milhões de euros (38,55 milhões de dólares) entre janeiro e março.

As receitas consolidadas aumentaram 2,2% para 381,4 milhões de euros no trimestre face ao ano anterior, dos quais 369,2 milhões de euros provêm do seu principal negócio de telecomunicações.

Como a empresa investiu 496 milhões de euros em 2022 e 97 milhões de euros no primeiro trimestre, maioritariamente em redes sem fios 5G, as despesas com depreciações e amortizações aumentaram 15% para 480,9 milhões de euros entre janeiro e março.

A sua rede 5G cobria 88% da população de Portugal em março, disse a NOS, que há um ano estava na fase inicial de lançamento da nova tecnologia.

O CEO Miguel Almeida disse que os resultados foram “altamente consistentes, refletindo o crescimento operacional” com mais investimento em inovação e parcerias “que contribuirão para concretizar as oportunidades que o 5G apresenta às empresas e famílias”.

“A quebra do resultado líquido reflete, para além do contexto inflacionário, o impacto deste forte investimento na crescente transformação tecnológica de Portugal”, refere em comunicado.

As despesas operacionais aumentam 7% ano-a-ano para 869,9 milhões de euros no primeiro trimestre devido ao aumento da inflação.

Os resultados consolidados antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) aumentaram 8,8% para 173,5 milhões de euros, enquanto a margem EBITDA – a principal medida de rentabilidade – aumentou 2,8 pontos percentuais para 45,5%, informou a empresa.

A NOS adicionou 388,2 mil assinantes de telecomunicações móveis face ao ano passado, para um total de cerca de 5,8 milhões no final de março, e as unidades geradoras de receitas (UGR) – particulares e empresas – aumentaram 4,8% para 10,87 milhões.

(US$ 1 = 0,9052 euros)

(Reportagem de Sergio Gonçalves; Edição de Andrei Khalip e Emelia Sithole-Matarise)