Médicos estão ‘particularmente preocupados’ com a crise de A&E no Algarve

Médicos pedem reforços urgentes no Algarve à medida que a crise do Serviço Nacional de Saúde (SNS) se aprofunda, afetando particularmente as mulheres grávidas, já que vários hospitais em todo o país não conseguem manter abertas as suas unidades de obstetrícia e ginecologia.

Foi o que aconteceu no passado fim-de-semana em Portimão, onde a maternidade do hospital estadual local esteve encerrada desde a tarde de sexta-feira até às 8h da manhã de segunda-feira.

Quatro grávidas tiveram de ser levadas para o Hospital de Faro durante o fim-de-semana, disse Ana Vargues Gomes, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA).

Como o tempo provou, estas não são situações únicas. Existe uma possibilidade muito real de que as maternidades e maternidades de Portimão voltem a fechar em breve por falta de pediatras, disse Gomes Lusa agência de notícias.

Se isso acontecerá ou não novamente, depende dos “médicos dos prestadores de cuidados” – se eles “não puderem comparecer ou não puderem trabalhar, estamos com um gargalo”, admitiu ela.

Gomes disse que o CHUA “tem um plano que pode ser implementado sempre que necessário”, mas os detalhes não foram divulgados.

Entretanto, o presidente da Ordem dos Médicos de Portugal diz que o Ministério da Saúde deve fazer um reforço especial de médicos no Algarve.

A região está entrando nos meses mais movimentados da temporada de verão e hoteleiros e autoridades de turismo estimam que o Algarve pode receber ainda mais turistas do que no recorde de 2019.

Conforme apontado por Miguel Guimarães da Ordem dos Médicos, a população do Algarve pode aumentar de cerca de 500 mil fora do verão para 1,5 milhões nos meses mais movimentados.

No entanto, pode não haver tempo suficiente para garantir que o Algarve tenha médicos suficientes para dar resposta à necessidade.

“É muito improvável que a situação se resolva até este verão”, disse Guimarães CNN Portugal no último fim de semana, acrescentando que os problemas da região não se resumem apenas às especialidades pediátricas e obstétricas.

“Há um grupo de especialidades que vai precisar de mais (médicos), seja em Faro ou Portimão”, disse.

Algarve não pode atrair médicos

O problema da incapacidade do Algarve para atrair novos médicos voltou a ser salientado, desta vez pelo responsável da Faculdade de Medicina da Universidade do Algarve.

Embora as 72 vagas para o mestrado em medicina da universidade sejam quase todas preenchidas no próximo ano letivo, apenas cerca de 40% dos alunos acabam nos hospitais da região.

“O ambiente nos hospitais é muito tenso”, disse Isabel Palmeirim antena 1 Rádio e ressaltou que os novos profissionais de saúde devem ser tratados com mais cuidado.

Até os médicos empregados estão a deixar o Algarve devido ao ambiente de trabalho hostil nos hospitais públicos, acrescentou Palmeirim.

Por Michael Bruxo
michael.bruxo@algarveresident.com

Fernão Teixeira

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