Os serviços de emergência reportaram 90 incidentes ativos em Portugal continental, com 17 incêndios atualmente em curso e 60 em vias de extinção.
Portugal continua a mobilizar as suas forças e recursos para combater os incêndios florestais que há vários dias assolam a cidade ocidental de Aveiro.
O incêndio no Pessegueiro do Vouga continua ativo e mais de 500 bombeiros estão no local, enquanto o incêndio em Castro Daire “continua a assolar com grande intensidade”, obrigando os bombeiros a deslocarem-se para onde são mais necessários, partilharam os serviços de emergência portugueses à Lusa Notícias com agência.
Pelas 06h30 locais (07h30 CET), foram mobilizados para combater o incêndio 426 bombeiros, apoiados por 108 viaturas em Soutelo e 122 bombeiros em Moção.
O incêndio em Arouca também continua ativo, sendo mais de 230 serviços de emergência e 71 meios terrestres responsáveis pela sua extinção. O incêndio deflagrou na noite de terça-feira e já destruiu cerca de dois quilómetros do Passadiço do Paiva, um percurso natural popular, e continua a arder em “média intensidade”, anunciou ontem a autarquia.
As escolas da região permaneceram fechadas na quinta-feira.
Chuva traz calma
O clima parece ser um aliado valioso no combate aos incêndios.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) registou uma descida da temperatura máxima para quinta-feira, bem como ocasionais nuvens fortes com aguaceiros durante a tarde no centro de Portugal.
O IPMA prevê também um aumento da humidade e uma diminuição do vento, o que deverá constituir uma ajuda valiosa para a população local que luta contra os incêndios.
Apesar da alteração do tempo, o concelho de Penela, no distrito de Coimbra, continua em grande perigo.
Vários concelhos dos seguintes distritos continuam também a ser classificados como particularmente em risco de incêndio: Santarém, Coimbra, Leiria, Castelo Branco, Coimbra, Portalegre, Guarda, Aveiro, Braga, Viana do Castelo, Porto, Vila Real, Viseu, Bragança e Faro.
A culpa é da crise climática, diz chefe da ONU
António Guterres não tem dúvidas de que os incêndios em Portugal se devem à crise climática, além das inundações que devastaram partes da Europa Central.
Respondendo a uma pergunta em português numa conferência de imprensa na quarta-feira, o secretário-geral da ONU disse que “a crise climática é um factor multiplicador de todas as tragédias que vivemos”.
“É absolutamente claro que o agravamento dos incêndios em Portugal, o agravamento das cheias na Europa Central e de Leste, o agravamento das cheias na Nigéria estão diretamente ligados ao agravamento da crise climática”, afirmou.
Mais de 106.000 hectares de Portugal continental arderam desde domingo, principalmente no norte e centro do país, segundo o Copernicus, o braço de observação da Terra do programa espacial da UE.
Até agora, os incêndios já custaram cinco vidas.
Realizou-se quarta-feira o funeral de João Silva, o bombeiro de 60 anos que morreu no passado domingo durante uma pausa em Oliveira de Azeméis.
A cerimónia contou com a presença do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, e da Ministra do Interior, Margarida Blasco.
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