A fronteira de 1.300 km da Finlândia mais que dobrará a extensão da fronteira entre a aliança liderada pelos EUA e a Rússia, colocando os guardas da Otan a apenas algumas horas de carro dos arredores do norte de São Petersburgo.

“A Finlândia deve solicitar a adesão à Otan sem demora”, disseram o presidente Sauli Niinisto e a primeira-ministra Sanna Marin em um comunicado conjunto. Questionado na quarta-feira se a Finlândia provocaria a Rússia ao ingressar na Otan, Niinisto disse: “Minha resposta seria que você causou isso.

Cinco diplomatas e funcionários disseram à Reuters que os aliados da Otan esperam que a adesão seja concedida a ambos os países rapidamente, abrindo caminho para uma maior presença de tropas na região nórdica para defendê-la durante um período de ratificação de um ano.

Putin citou a potencial expansão da Otan como uma das principais razões pelas quais ele lançou uma “operação especial militar” na Ucrânia em fevereiro. A OTAN se descreve como uma aliança defensiva construída em torno de um tratado que declara que um ataque a um membro é um ataque a todos e concede aos aliados dos EUA a proteção da superpotência Washington, incluindo seu arsenal nuclear.

Moscou vê isso como uma ameaça à sua segurança. Mas a decisão de Putin de invadir a Ucrânia mudou a opinião pública na Escandinávia, com muitos agora adotando a visão de que a Rússia representa uma ameaça. A Finlândia, em particular, tem uma história conturbada de séculos à sombra da Rússia.

As disputas sobre o fornecimento de energia da Rússia para a Europa – ainda a maior fonte de dinheiro de Moscou e a maior fonte de calor e eletricidade da Europa – também se intensificaram na quinta-feira. Moscou disse que interromperá o fluxo de gás para a Alemanha através do gasoduto principal via Polônia, enquanto Kiev disse que não reabrirá uma rota de gasoduto fechada nesta semana, a menos que ganhe o controle de áreas de combatentes pró-Rússia. Os preços do gás na Europa subiram acentuadamente.