O Primeiro-Ministro designado reúne-se com o Presidente (para anunciar decisões) e sai após 15 minutos
Depois da agitação ao longo do dia, em que os comentadores revelaram hora após hora os novos nomes escolhidos para liderar o 24.º governo de Portugal, o primeiro-ministro designado Luís Montenegro reuniu-se com o presidente Marcelo às 18h00 e deixou o país 15 minutos – os jornalistas aguardaram sem comentar.
Os críticos comentaram os 17 novos ministros – alguns de forma muito mais positiva do que outros (a maioria bastante lacónica).
O problema com esta “nova administração” é que muitos suspeitam que qualquer brilho desaparecerá rapidamente, ou mesmo desaparecerá sem possibilidade de reparação, antes do final do ano.
Pelo menos para o Algarve – uma região que tradicionalmente tem pouca consideração pelo poder central – é “positivo” que o novo deputado do PSD, Miguel Pinto Luz, esteja a desempenhar um papel fundamental como ministro das Infraestruturas e da Habitação. Como tal, estará “na linha da frente” da futura privatização da companhia aérea TAP – o que alguns críticos dizem que funciona contra ele, uma vez que esteve envolvido na primeira privatização na era Passos Coelho e “não funcionou”. Então’…
Outro potencial ponto positivo é que a nova Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, é antiga chefe de departamento do Hospital de Santa Maria/Presidente do Centro Hospitalar Lisboa Norte e sabe muito bem quais os problemas que precisam de ser resolvidos no sistema de saúde do hospital – possivelmente a primeira delas seria a revogação das “reformas” impopulares do último poder executivo.
Vista de cima, esta é a lista do novo governo português:
primeiro ministro – Luís Montenegro
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros –Paulo Rangel
Ministro de Estado e das Finanças –Joaquim Miranda Sarmento
Ministro da Presidência – António Leitão Amaro
Ministro da Coesão Territorial – Manuel Castro Almeida
Ministro dos Assuntos Parlamentares –Pedro Duarte
Ministro da Defesa –Nuno Melo
ministro da Justiça –Rita Judice
Ministro da Administração Interior –Margarida Blasco
Ministro da Educação, Ciência e Inovação –Fernando Alexandre
Ministro da Saúde –Ana Paula Martins
Ministro das Infraestruturas e Habitação –Miguel Pinto Luz
Ministro dos Assuntos Económicos – Pedro Arroz
Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social – Maria do Rosário Palma Ramalho
Ministro do Ambiente e Energia –Maria da Graça Carvalho
Ministro da Juventude e Modernização –Margarida Balseiro Lopes
Ministro da Agricultura e Pescas – José Manuel Fernandes
Ministro da Cultura – Dalila Rodrigues
Muitos destes nomes são políticos experientes, muitos deles com responsabilidades anteriores como eurodeputados. Quando a AD venceu as eleições no início deste mês, foi enfatizado que desta vez o Presidente Marcelo queria ministros com um histórico comprovado – e não esqueletos (visíveis) em qualquer armário.
Esta foi, em muitos aspectos, “a parte fácil”: o verdadeiro obstáculo surgirá quando o novo governo tomar posse (em 2 de Abril) e depois apresentar o seu programa de quatro anos: o programa deve ser debatido e aceite. do Parlamento, actualmente um ambiente – para um governo minoritário de centro-direita que se recusa a fazer acordos com o CHEGA, mais direitista – que poderia ser comparado a um tanque cheio de piranhas famintas.
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