Uma nova manifestação ontem em Lisboa mostra como há pouco consenso entre os médicos do sistema de saúde do estado e o governo.
Esta última carne faz parte do plano do governo de recrutar não profissionais para os centros de saúde.
Na mentalidade dos tomadores de decisão, é uma ‘solução’ para a falta de médicos generalistas qualificados que estejam disponíveis (e dispostos) a assumir vagas.
Mas, como disse aos médicos Miguel Guimarães, presidente do Conselho Geral de Medicina, “pôr em risco a segurança do paciente”.
Em um artigo de opinião recente, o urologista explicou: “Não queremos que uma mulher grávida amanhã que não pode ver um obstetra receba um patologista clínico; ou para um paciente de cardiologia que não pode consultar um cardiologista, ser atendido por um reumatologista. O governo é obrigado a garantir a todos os portugueses o direito a um médico de família. Eles existem e podem ser alugados” (nas condições certas…)
Miguel Guimarães esteve presente na manifestação de ontem, tal como a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins.
O clima entre os manifestantes era implacável: Ministra da Saúde Marta Temido “devia ter ido”: O A solução do governo para a falta de GPs suficientes é ‘recuar o país 40 anos’…
Nuno Jacinto, presidente da Associação Portuguesa de Clínicos Gerais e Médicos de Família, informou à Lusa que estão previstas reuniões com o Presidente Marcelo e outros partidos políticos para reforçar o caso dos médicos de família.
“Continuaremos a mostrar o nosso papel e a sua importância até que seja finalmente reconhecido e garantido que só os verdadeiros médicos de família acompanharão os doentes em Portugal.”
natasha.donn@portugalresident.com
Entusiasta da web. Comunicador. Ninja de cerveja irritantemente humilde. Típico evangelista de mídia social. Aficionado de álcool