BUCARESTE (Reuters) – O Partido Social Democrata, de oposição da Romênia, apresentou um voto de desconfiança ao governo de minoria centrista do primeiro-ministro Ludovic Orban nesta segunda-feira. Analistas disseram que a medida visava aumentar o apoio antes das eleições locais e parlamentares.
O líder dos social-democratas, Marcel Ciolacu, disse na segunda-feira que o governo liberal deve sair devido ao mau manejo da pandemia do coronavírus.
O estado da União Europeia reportou 71.194 infecções e 3.029 mortes desde o final de fevereiro e o governo estendeu o estado de alarme até meados de setembro.
Os sociais-democratas, que perderam o governo no final do ano passado, mas continuam a ser o maior partido no parlamento, viram o seu apoio popular diminuir desde as eleições gerais de 2016 devido a repetidas tentativas de enfraquecer o Estado de direito.
Entretanto, os liberais de Orbán têm boas hipóteses de formar um governo de coligação após as eleições gerais previstas para Novembro e de restaurar a confiança dos investidores, desgastada por anos de instabilidade política e generosidade fiscal. As eleições locais terão lugar no final de Setembro.
Os social-democratas estão aquém dos 233 votos necessários para derrubar o governo e Ciolacu disse que negociações com outros partidos estão em andamento.
“Esta é a primeira vez que não há cinza na política romena”, disse Ciolacu aos repórteres. “Existe preto e branco. Os romenos precisam de saber quem está no poder e quem está na oposição.”
Não ficou claro quando a votação ocorreria.
Os sociais-democratas “perderam a sua credibilidade e sentem que se sofrerem uma derrota massiva nas eleições locais ficarão completamente desestabilizados”, disse Sergiu Miscoiu, professor de ciências políticas na Universidade Babeș-Bolyai.
“A moção mal pôde ser aceita. Ao mostrarem que estão verdadeiramente na oposição, estão a fortalecer as suas fileiras. É vital para eles ou correm o risco de desaparecer.” (Reportagem de Luiza Ilie; Edição de Angus MacSwan)
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