O número de estrangeiros em Portugal duplicou

Num retrato dos “residentes estrangeiros e dos fluxos migratórios em Portugal”, o Fundação Francisco Manuel dos SantosA base de dados estatística procura avaliar o número e as condições de vida dos imigrantes, bem como o desenvolvimento da cidadania e das autorizações de residência.

O estudo concluiu que 76% dos estrangeiros são provenientes de países terceiros, com uma taxa de desemprego superior ao dobro da média nacional, e que em 2021 o seu rendimento deverá ser “menos 94 euros por mês do que a média nacional”.

Só em 2022, “entraram em Portugal 118 mil imigrantes, o número mais elevado desde que se começaram a registar”, tendo saído 31 mil pessoas, “menos 23 mil (-43%) do que no ano marcado pelo maior número de saídas, nomeadamente 2013”.

Nacionalidade

“Nos últimos 15 anos, a cidadania portuguesa foi concedida a cerca de meio milhão de estrangeiros (468.665), tanto residentes como não residentes em Portugal”, disse a Pordata, destacando que esta concessão foi maioritariamente concedida a cidadãos que não eram residentes no país. país . últimos dois anos e, até 2022, um terço das bolsas de cidadania será atribuído a descendentes de judeus sefarditas portugueses.

O número de imigrantes diminuiu entre 2010 e 2015, mas desde então houve um enorme aumento e, por exemplo, entre 2018 e 2019, o aumento foi de mais de 110 mil estrangeiros.

“Comparativamente à população portuguesa, a população estrangeira em Portugal tem uma maior proporção de homens e é mais jovem”, com uma idade média de 37 anos, sete anos mais jovem que a população portuguesa.

“As nacionalidades mais representadas em Portugal são brasileira (29,3%), britânica (6%), cabo-verdiana (4,9%), italiana (4,4%), indiana (4,3%) e romena (4,1%)”.

Educação

Este aumento do número de residentes estrangeiros reflete-se no sistema educativo, tendo o número de imigrantes registados duplicado em cinco anos, passando para 105.955 no ano letivo de 2021/22.

No ciclo 1, uma em cada 10 crianças era estrangeira e um terço dos estudantes de doutoramento eram imigrantes.

Em termos de emprego, segundo o Eurostat, citado pela Pordata, mais de um terço tem contratos de trabalho temporários (16% em média entre os trabalhadores portugueses) e Portugal é o quarto país da União Europeia com maior insegurança laboral entre os estrangeiros.

No que diz respeito à pobreza ou exclusão social, 31% dos estrangeiros que vivem em Portugal estão neste nível, 11 pontos acima da média portuguesa, e este problema é especialmente sentido por quem vem de fora da Europa (34%).

“Desde 2019, o número de imigrantes é três vezes superior ao número de emigrantes, contribuindo assim para um saldo migratório positivo”, mas o número de emigrantes continua relevante, disse a Pordata.

“Em 2022, saíram de Portugal 31 mil emigrantes, menos 23 mil do que no ano marcado pelo maior número de saídas, nomeadamente 2013” ​​e, entre estes perfis, destaca-se o facto de dois terços serem homens, com quase metade (47,6%) com ensino superior.

Entre os que saíram no ano passado, 51% foram para outro Estado-membro e, numa análise aos anos anteriores, a Pordata concluiu que “em 2016, 2018, 2019 e 2021, mais emigrantes tinham o ensino superior em comparação com o ensino primário”.

Chico Braga

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