O primeiro-ministro português, Antonio Costa, demitiu-se em 7 de novembro, poucas horas depois de os procuradores terem detido o seu chefe de gabinete como parte de uma investigação sobre alegada corrupção na gestão do seu governo de projetos de mineração de lítio e hidrogénio.
Costa, que os procuradores afirmaram ser alvo de uma investigação separada, anunciou a decisão numa declaração televisiva após uma reunião com o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
Ele disse que sua consciência estava limpa, mas que não concorreria a primeiro-ministro pela quarta vez.
“A dignidade do cargo de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeita da sua integridade, do seu bom comportamento e muito menos com a suspeita da prática de um crime”, disse Costa.
Cabe agora ao presidente decidir se permite que os socialistas de Costa, que têm maioria no parlamento, formem um novo governo, ou dissolvem o parlamento e convocam novas eleições.
O Parlamento deveria votar o projeto de orçamento para 2024 no final deste mês.
O senhor Costa permanecerá em funções até à decisão do Presidente. O Sr. Rebelo de Sousa convocou os partidos políticos para consultas no dia 8 de Novembro e o seu órgão consultivo, o Conselho de Estado, no dia 9 de Novembro.
É o mais recente escândalo que o governo de Costa enfrenta desde a controvérsia sobre a companhia aérea estatal TAP, em Janeiro, que levou os partidos da oposição a pedir a demissão do seu governo.
As ações portuguesas caíram 3% após a sua declaração.
Os promotores disseram num comunicado de 7 de novembro que cinco pessoas foram presas como parte da investigação, incluindo Vitor Escaria, chefe de gabinete de Costa, e um consultor empresarial.
Afirmou que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o presidente da APA, Nuno Lacasta, eram suspeitos formais e compareceriam perante um juiz.
O gabinete do Sr. Galamba e a APA não responderam imediatamente a um pedido de comentários.
Os promotores disseram que souberam que os suspeitos estavam usando o nome e os poderes de Costa para “liberar” os procedimentos relacionados aos negócios, e que o Supremo Tribunal consideraria o possível papel de Costa nos negócios.
Segundo os procuradores, mais de 40 buscas foram realizadas no dia 7 de Novembro em vários edifícios governamentais, incluindo o gabinete de Escaria e o Ministério das Infraestruturas e Ambiente.
Costa disse estar “totalmente disponível para cooperar” com o sistema judicial.
O Ministério Público está a investigar alegada corrupção e tráfico de influência em concessões de exploração de lítio no norte de Portugal, num projeto de central de hidrogénio no porto de Sines e num megainvestimento num data center naquele local.
“Em causa estão potencialmente… factos que podem constituir infracções penais como abuso de poder, corrupção activa e passiva de políticos e tráfico de influência”, afirmou o Ministério Público.
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