O show deve continuar para um diretor ucraniano convocado para a guerra antes da noite de estreia

O show deve continuar, mesmo quando seu diretor ucraniano é convocado pelo exército semanas antes da noite de estreia.

“Silence, Silence, Silence, Please”, um drama que aborda guerra russa na ucrania teve sua estreia mundial em Portugal na semana passada, mas seu principal criador estava visivelmente ausente da multidão.

Pavlo Yurov pretendia estar lá. Algumas semanas antes da inauguração, ele foi buscar uma documentação especial que lhe permitisse viajar para fora da Ucrânia. Homens em idade de lutar estão impedidos de ir, mas há exceções e Yurov, 43, deve receber permissão para participar de seu próprio evento.

Em vez disso, ele foi convocado para a Guarda Nacional Ucraniana e agora é assessor de imprensa de uma brigada que se prepara para participar da tão esperada contra-ofensiva.

Assim, Yurov não teve escolha a não ser ficar, enquanto seus atores subiam ao palco na cidade portuguesa de Coimbra e atuavam, e seu nome brilhava nas luzes de néon do lado de fora da sala do teatro.

Brincar é a arte de imitar a vida. Extraído das experiências reais do povo ucraniano vivendo sob constante bombardeio e duradoura ocupação russa, este livro aborda a vida de soldados e paramédicos que trabalham na linha de frente da guerra e voluntários que prestam assistência humanitária à população.

Mas Yurov queria que a peça tocasse o público de uma forma profunda e envolvente. O show força o público a lidar com o custo psicológico de ser exposto ao constante fogo de artilharia e viver a vida no modo de sobrevivência.

“Meu objetivo é permitir que o público sinta a condição mental e física e o estado das pessoas que estão passando por isso”, disse Yurov à Associated Press em Kiev.

A peça foi encenada originalmente em 2020. Quando a Rússia lança sua invasão em grande escala da Ucrânia em fevereiro de 2022, Yurov decide reescrevê-la para refletir os recentes desenvolvimentos da vida real.

“Espero que muitos telespectadores, durante… a duração deste drama, sintam como é estar nesta situação”, disse ele.

Para os atores, participar da peça é real – os temas são tão familiares – e terapêutico.

“Eu interpretei uma mulher que teve que deixar um território que corria o risco de ser ocupado e, na verdade, ser ocupado.” disse a atriz ucraniana Oksana Leuta, de 37 anos. “Posso dizer que para mim foi especial, porque optei por não deixar o país e tenho sentimentos diferentes e confusos sobre aqueles que o fizeram.”

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Alves relatando de Coimbra, Portugal.

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Acompanhe a cobertura da AP sobre a guerra em https://apnews.com/hub/russia-ukraine

Fernão Teixeira

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