Desde então, a Hungria acolheu centenas de milhares de ucranianos que fugiam da invasão russa. Francisco, que repetidamente expressou sua solidariedade com a Ucrânia, encontrou-se com Orban no Vaticano em abril passado e agradeceu por recebê-lo.

Após sua chegada, Francisco se encontrará com Orban, um líder controverso que concentra sua marca política em uma firme oposição à imigração e em impedir que a Hungria se torne uma “raça mista”.

Embora a Hungria tenha recebido refugiados ucranianos, recusou-se a fornecer armas a Kiev ou permitir sua transferência através de suas fronteiras, opôs-se às sanções da União Europeia contra Moscou e reteve alguns pacotes de ajuda financeira à Ucrânia.

Francisco apoiou a situação da Ucrânia após a invasão russa – comparando-a a um genocídio de ucranianos na década de 1930 atribuído ao líder soviético Joseph Stalin – enquanto Orban tem sido morno em seu apoio ao vizinho oriental da Hungria.

Ainda assim, Orban apresentou sua visão da guerra de acordo com a do Vaticano, dizendo durante um discurso em 18 de fevereiro que seu governo e o papado são os únicos poderes na Europa comprometidos com a paz na Ucrânia.

Francisco também tentou manter laços com Moscou e a Igreja Ortodoxa Russa. A Hungria foi fundamental para impedir que a UE sancionasse o chefe da Igreja Russa, Patriarca Kirill, por seu apoio à guerra.

Francisco encontrará refugiados e crianças durante sua visita. No seu último dia, fará um discurso ao meio académico e cultural húngaro, no qual deverá transmitir uma mensagem a toda a Europa.

Francisco, que acaba de voltar do Congo e do Sudão do Sul, tem mais viagens confirmadas ou em andamento para este ano. O papa de 86 anos, que celebrará seu 10º aniversário como papa no próximo mês, deve participar da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, Portugal, em agosto. Ele disse que o Vaticano está considerando uma possível viagem à Mongólia no final de setembro, após uma breve escala em Marselha, na França.

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Justin Spike relatou de Budapeste, Hungria.