Parlamento português aprova Lei da Eutanásia – POLITICO

LISBOA – Portugal deu um passo significativo para a legalização da eutanásia na sexta-feira, quando o parlamento aprovou a medida.

O projeto agora vai para o chefe de Estado assinar a lei. Mas o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, um conservador moderado que foi reeleito com vitória esmagadora no domingo, se opõe à medida. Ele poderia enviá-lo de volta para uma análise mais aprofundada pelo legislativo ou pedir uma decisão do Tribunal Constitucional.

O projeto de lei diz que “a morte antecipada medicamente assistida não é punível” quando livre e repetidamente decidida por um adulto informado, “em situação de sofrimento insuportável, com dano gravíssimo e duradouro… ou doença incurável e fatal”.

Foi aprovada com 136 votos a favor, 78 contra e quatro abstenções. A maioria dos deputados do Partido Socialista, no poder, votou a favor, juntamente com o bloco de esquerda, os Verdes e pequenos partidos liberais e de direitos dos animais.

Rui Rio, líder da principal oposição de centro-direita, também apoiou a legalização, mas a maioria do seu partido votou contra, a par dos comunistas, um pequeno partido conservador e único de extrema-direita.

“Com esta votação, a Assembleia da República conferiu dignidade e respeito à nossa democracia”, disse José Manuel Pureza, deputado do bloco de esquerda que defendeu a lei. “Esta é uma lei justa e equilibrada.”

Os opositores apelam a Rebelo de Sousa para parar o processo.

O presidente diz que sua opinião pessoal não influenciará sua decisão. No entanto, ele pode pedir mais revisão parlamentar ou judicial se achar que a lei viola a constituição portuguesa, que afirma que “a vida humana é inviolável”.

Em dezembro, a câmara baixa do Parlamento espanhol aprovou um projeto de lei semelhanteagora aguardando aprovação no Senado.

Os vizinhos ibéricos estão a caminho de se juntar a um punhado de países onde a eutanásia é legal, incluindo Bélgica, Holanda, Luxemburgo e Canadá. Uma lei que legaliza a eutanásia na Nova Zelândia deve entrar em vigor este ano, depois de ter sido aprovada em referendo em outubro passado.

A Suíça permite o suicídio assistido e alguns estados dos EUA permitem formas de eutanásia médica.

Em Portugal, há um ano, antes da primeira leitura da proposta de lei no Parlamento, houve manifestações e debates de grande visibilidade. Mas o debate foi silenciado desta vez, enquanto o país luta contra o ressurgimento do coronavírus.

A enquete ano passado Quase 60 por cento dos portugueses mostraram apoio à legalização.

O Parlamento rejeitou uma tentativa de submeter a questão a um referendo em outubro e na quinta-feira rejeitou uma oferta da oposição de adiar a votação por causa da pandemia.

Alberta Gonçalves

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