É a “maior incerteza da história da democracia”
Em meio a todas as reivindicações e garantias que cercam a apresentação do orçamento do próximo ano pelo governo hoje, o comentarista de televisão e assessor de Estado Luís Marques Mendes deu muita atenção ao documento.
Esse orçamento “é uma das maiores incertezas em toda a democracia”, disse ele à locutora da SIC, Clara de Sousa, ontem à noite – o que significa que todas as premissas que sustentam os cálculos de Portugal podem ser jogadas no ar, dependendo de como os eventos mundiais se desenrolam.
Assim, o ‘acordo’ celebrado com os parceiros sociais – todas as tarifas de aumentos salariais até ao final da legislatura socialista, a provável trajectória de inflação/crescimento, etc. – tem de ser visto neste contexto.
Este é um “orçamento de guerra”, enfatizou. Em termos de finanças (em termos de défice e dívida pública de Portugal) – é “prudente e positivo” mas “é muito arriscado em termos de estimativas de crescimento” e “ainda mais arriscado nas suas estimativas de inflação”.
Aqui Marques Mendes chegou ao cerne do que hoje confunde a política nacional. É hora do primeiro-ministro e do ministro das Finanças começarem a falar a verdade, disse ele.
“As pessoas acreditam na verdade com muito mais facilidade do que mentiras e ilusões, mesmo que não seja a melhor ou a coisa mais agradável do mundo.”
O anúncio do orçamento do governo é esperado ao meio-dia de hoje.
Baseia-se em um crescimento de 1,3% no próximo ano, um déficit de 0,9% do PIB e uma taxa de inflação de 4%.
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