Portugal anunciou na segunda-feira um novo plano para reforçar algumas regulamentações para migrantes. Ao fazê-lo, o país seguiu o exemplo de outros países da UE e apenas alguns dias antes dos europeus irem às eleições, que provavelmente desencadearão uma mudança política para a direita na União.
O novo regulamento estipula que os imigrantes devem ter um contrato de trabalho antes de se mudarem para Portugal. “Precisamos de pessoas em Portugal que estejam prontas para nos ajudar a construir uma sociedade mais justa e próspera”, afirmou o primeiro-ministro português, Luis Montenegro. “Mas não podemos ir ao outro extremo e deixar as portas abertas.”
O governo irá eliminar um mecanismo amplamente utilizado denominado “manifestações de interesse” que durante anos permitiu que migrantes de países terceiros sem contratos de trabalho se mudassem para Portugal e solicitassem uma autorização de residência após pagarem benefícios durante um ano. O fim do mecanismo significa que os migrantes devem ter um contrato de trabalho antes de entrar no país. Será dada prioridade à entrada de profissionais qualificados, estudantes, pessoas provenientes de países de língua portuguesa e pessoas que pretendam o reagrupamento familiar. O governo não especificou os tipos de “qualificações” a que se referia.
Segundo Montenegro, estão atualmente em curso cerca de 400 mil casos de legalização. O governo espera resolver este problema criando um grupo de trabalho, reestruturando a recém-formada Agência de Imigração e Protecção de Fronteiras e aumentando os níveis de pessoal. O plano ilustra a mudança para a direita em grande parte da Europa, onde os governos estão a tentar evitar a ascensão da extrema direita, adoptando uma posição mais dura na política de imigração.
A extrema direita está a ressurgir em Portugal após as eleições legislativas de Março, vencidas pela Aliança Democrática (AD), de direita, por uma margem estreita. A AD governa sem maioria e precisa do apoio do Chega, de extrema-direita, ou do Partido Socialista de centro-esquerda para fazer cumprir as leis. O anti-imigrante e populista Chega é o terceiro maior partido político de Portugal e quadruplicou a sua representação parlamentar para 50 deputados.
Espera-se que os partidos de extrema-direita e conservadores obtenham ganhos nas eleições europeias desta semana, potencialmente orientando a política da UE no sentido de uma postura mais dura em matéria de lei e ordem e de segurança fronteiriça. Cerca de 800 mil migrantes vivem em Portugal, quase o dobro de há uma década. Cerca de 14% dos contribuintes são migrantes, que contribuíram com mais de 1,6 mil milhões de euros para a economia em 2022 e receberam cerca de 257 milhões de euros em benefícios sociais.
Embora os migrantes contribuam significativamente, é mais provável que tenham empregos precários e salários mais baixos, de acordo com o Observatório das Migrações. Num relatório de 2023, o Observatório disse que alguns setores entrariam em colapso sem trabalhadores estrangeiros. Sob o anterior governo socialista, no poder durante oito anos desde 2015, Portugal tinha um dos regimes de migração mais abertos da Europa, embora os migrantes há muito se queixem de atrasos significativos na obtenção de autorizações de residência e outros documentos.
Devido aos atrasos, muitas pessoas estão tendo dificuldade em encontrar moradia ou emprego.
(Esta história não foi editada pela equipe do Devdiscourse e é gerada automaticamente a partir de um feed distribuído.)
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